Continuação…
Na manhã seguinte acordámos tarde e esfomeadas. Arranjámo-nos para ir para a praia mas era urgente passarmos em qualquer sítio a fim de nos alimentarmos.
Encontrámos uma esplanada que dava para a praia, com polvos ao sol pendurados em cordas como se fossem roupa (um costume daquela gente porque, dizem, o polvo fica assim mais tenro) onde uma grega de cabelo pintado de loiro e com um ar algo mal disposto se aproximou de nós para anotar os nossos pedidos. Foi quando resolvi inventar. Sinceramente não sei o que me deu para pedir à mulher um café frappé with lemon. With lemon? perguntou a atarantada mulher com uma cara entre o horror e a surpresa. Inocentemente, perguntei-lhe se o café frappé não levava limão e a resposta que obtive foi um contundente não. Claro que percebi que tinha deixado a mulher ainda mais mal disposta e, para evitar que ela tivesse um ataque de nervos, desisti do limão até porque também não estava muito certa se fazia parte da receita ou não.
Enquanto aguardávamos os pedidos, pusemo-nos a observar duas pessoas que nadavam vigorosamente desde uma rocha situada a umas boas centenas de metros da praia. Aquilo é que era nadar em braçadas fortes e ritmadas!
O pequeno-almoço foi-nos servido e atirámo-nos gulosamente a ele.
Conforme os nossos estômagos se iam acalmando fomos olhando à volta e demos com dois loiros muito altos que estavam de costas, em fato de banho. Pelos físicos esbeltos, felinos, completamente depilados e muito molhados, percebemos que deviam ser os dois nadadores que minutos antes tínhamos observado.
Quando os dois se voltaram de frente para nós, reparámos que cada um tinha dois montinhos na zona do peito e nenhum no baixo-ventre. Eram mulheres! Puxa, eram ambas lindíssimas apesar do tipo marcadamente butch. Ficámos deslumbradas a olhar para aquelas duas perfeitas e atléticas amazonas que nos sorriram quando perceberam que estavam a ser admiradas. Sentaram-se a uma mesa onde se encontrava uma morena também bastante butch e com um rosto agradável. Esta morena não tirava os olhos de T e resolveu meter conversa connosco. Era grega, de Tessalónica e as duas loiras eram alemãs.
Apesar da grega ser uma mulher com uma conversa eloquente e bastante interessante, tinha chegado a hora de irmos aproveitar o resto do dia na praia. Despedimo-nos e não tivemos outro remédio senão dirigirmo-nos para a zona dos seres peludos porque a nossa onda era mesmo tomar banho em pelota.
Ao final da tarde, voltámos a casa para nos arranjarmos e irmos jantar.
Depois de jantar, demos um passeio por umas lojas com artesanato mas não havia nada que nos enchesse o olho.
Voltámos para casa a fim de fazermos horas para irmos ter com o grupo de gregas que tínhamos encontrado na noite anterior. Foi então que P decidiu pegar numa garrafa de vodka que entretanto tinha comprado e começou a emborcar a bebida como se fosse água. Aquilo não ia dar bom resultado e tentámos demovê-la, mas fez ouvidos moucos.
Quando saímos de casa ao encontro das gregas, P já estava completamente embriagada e, obviamente, a dizer e a fazer disparates.
Chegámos à praia e vimos um grupo de mulheres sentadas à volta de uma fogueira cantando, em grego e ao som duma viola, canções que pela sua monotonia e forma como eram cantadas seriam do género “Ai tadinha de mim, ela deixou-me por outra e eu aqui tão infeliz e com tanta dor de corno”. Aproximámo-nos e cumprimentámo-las mas não nos ligaram nenhuma. Como não vimos M a amiga de C nem aquela que me impressionara na noite anterior e que tinha um nome começado por V, afastámo-nos um pouco e P, mais bêbada que um peru em véspera de natal, desatou a cantar alto “Menina estás à janela” e nós acompanhámo-la pelo tradicional repertório de canções populares portuguesas. Claro que as gregas começaram a sentir-se incomodadas e olhavam-nos com uma vontade enorme de nos apertar os garganetes.
Como o ambiente azedava e a nós não nos tinham pago para levar com depressões, cavámos dali para fora.
No caminho, P, cuja bebedeira estava ao rubro, mandou parar um grego que se deslocava de mota, montou-se no lugar do pendura e disse-lhe que andasse. O grego ficou feito estúpido mas não teve outro remédio senão arrancar porque P dava-lhe pancadinhas nas costas e berrava “Go, go”. O homem lá foi com ela porque devia saber que não se deve contrariar os bêbados. Ficámos aparvalhadas e sem reacção a ver a miúda a arrancar com o homem que apenas deu uma volta, regressando para onde a apanhara, ou melhor, tinha sido apanhado.
P começou a ficar mal disposta e seguimos rapidamente para casa, não fosse dar-lhe na real gana mandar parar um camião que a levasse para Mitilene.
Chegadas a casa, P, embirrou com o molho de alhos que estava pendurado do tecto e não foi de modas, tunga, desfez os alhos à dona da casa pouco antes de entrar num quase coma alcoólico.
Eu e T recolhemos aos nossos aposentos e quem passou uma noite horrível foram as outras duas. A miúda estava mesmo mal e no estado em que se encontrava a coisa poderia dar mesmo para o torto. As pobres A e C estiveram a dar-lhe com o duche obrigando-a a manter-se acordada a ver se vomitava. Só que P achou que o quarto precisava de uma lavagem e toca de molhar as camas e o quarto todo. Eu e T, sortudas, não assistimos a isto, mas A e C no dia seguinte estavam mais mortas que vivas e puseram-nos a par do que se tinha passado.
P viveu para um dia poder contar aos netos como apanhou a maior bebedeira da sua vida e que teve, como consequência, nunca mais ter tocado ou suportado o cheiro de qualquer bebida alcoólica.
A partir do terceiro dia, a nossa estadia em Eressos passou a ser igual. De manhã pequeno-almoço na esplanada da Mariana (a grega mal disposta) depois praia, casa, jantar, passeio, décima musa e casa de novo.
Contudo, no último dia de praia em Eressos, decidimos que queríamos algo diferente.
Continua…
Na manhã seguinte acordámos tarde e esfomeadas. Arranjámo-nos para ir para a praia mas era urgente passarmos em qualquer sítio a fim de nos alimentarmos.
Encontrámos uma esplanada que dava para a praia, com polvos ao sol pendurados em cordas como se fossem roupa (um costume daquela gente porque, dizem, o polvo fica assim mais tenro) onde uma grega de cabelo pintado de loiro e com um ar algo mal disposto se aproximou de nós para anotar os nossos pedidos. Foi quando resolvi inventar. Sinceramente não sei o que me deu para pedir à mulher um café frappé with lemon. With lemon? perguntou a atarantada mulher com uma cara entre o horror e a surpresa. Inocentemente, perguntei-lhe se o café frappé não levava limão e a resposta que obtive foi um contundente não. Claro que percebi que tinha deixado a mulher ainda mais mal disposta e, para evitar que ela tivesse um ataque de nervos, desisti do limão até porque também não estava muito certa se fazia parte da receita ou não.
Enquanto aguardávamos os pedidos, pusemo-nos a observar duas pessoas que nadavam vigorosamente desde uma rocha situada a umas boas centenas de metros da praia. Aquilo é que era nadar em braçadas fortes e ritmadas!
O pequeno-almoço foi-nos servido e atirámo-nos gulosamente a ele.
Conforme os nossos estômagos se iam acalmando fomos olhando à volta e demos com dois loiros muito altos que estavam de costas, em fato de banho. Pelos físicos esbeltos, felinos, completamente depilados e muito molhados, percebemos que deviam ser os dois nadadores que minutos antes tínhamos observado.
Quando os dois se voltaram de frente para nós, reparámos que cada um tinha dois montinhos na zona do peito e nenhum no baixo-ventre. Eram mulheres! Puxa, eram ambas lindíssimas apesar do tipo marcadamente butch. Ficámos deslumbradas a olhar para aquelas duas perfeitas e atléticas amazonas que nos sorriram quando perceberam que estavam a ser admiradas. Sentaram-se a uma mesa onde se encontrava uma morena também bastante butch e com um rosto agradável. Esta morena não tirava os olhos de T e resolveu meter conversa connosco. Era grega, de Tessalónica e as duas loiras eram alemãs.
Apesar da grega ser uma mulher com uma conversa eloquente e bastante interessante, tinha chegado a hora de irmos aproveitar o resto do dia na praia. Despedimo-nos e não tivemos outro remédio senão dirigirmo-nos para a zona dos seres peludos porque a nossa onda era mesmo tomar banho em pelota.
Ao final da tarde, voltámos a casa para nos arranjarmos e irmos jantar.
Depois de jantar, demos um passeio por umas lojas com artesanato mas não havia nada que nos enchesse o olho.
Voltámos para casa a fim de fazermos horas para irmos ter com o grupo de gregas que tínhamos encontrado na noite anterior. Foi então que P decidiu pegar numa garrafa de vodka que entretanto tinha comprado e começou a emborcar a bebida como se fosse água. Aquilo não ia dar bom resultado e tentámos demovê-la, mas fez ouvidos moucos.
Quando saímos de casa ao encontro das gregas, P já estava completamente embriagada e, obviamente, a dizer e a fazer disparates.
Chegámos à praia e vimos um grupo de mulheres sentadas à volta de uma fogueira cantando, em grego e ao som duma viola, canções que pela sua monotonia e forma como eram cantadas seriam do género “Ai tadinha de mim, ela deixou-me por outra e eu aqui tão infeliz e com tanta dor de corno”. Aproximámo-nos e cumprimentámo-las mas não nos ligaram nenhuma. Como não vimos M a amiga de C nem aquela que me impressionara na noite anterior e que tinha um nome começado por V, afastámo-nos um pouco e P, mais bêbada que um peru em véspera de natal, desatou a cantar alto “Menina estás à janela” e nós acompanhámo-la pelo tradicional repertório de canções populares portuguesas. Claro que as gregas começaram a sentir-se incomodadas e olhavam-nos com uma vontade enorme de nos apertar os garganetes.
Como o ambiente azedava e a nós não nos tinham pago para levar com depressões, cavámos dali para fora.
No caminho, P, cuja bebedeira estava ao rubro, mandou parar um grego que se deslocava de mota, montou-se no lugar do pendura e disse-lhe que andasse. O grego ficou feito estúpido mas não teve outro remédio senão arrancar porque P dava-lhe pancadinhas nas costas e berrava “Go, go”. O homem lá foi com ela porque devia saber que não se deve contrariar os bêbados. Ficámos aparvalhadas e sem reacção a ver a miúda a arrancar com o homem que apenas deu uma volta, regressando para onde a apanhara, ou melhor, tinha sido apanhado.
P começou a ficar mal disposta e seguimos rapidamente para casa, não fosse dar-lhe na real gana mandar parar um camião que a levasse para Mitilene.
Chegadas a casa, P, embirrou com o molho de alhos que estava pendurado do tecto e não foi de modas, tunga, desfez os alhos à dona da casa pouco antes de entrar num quase coma alcoólico.
Eu e T recolhemos aos nossos aposentos e quem passou uma noite horrível foram as outras duas. A miúda estava mesmo mal e no estado em que se encontrava a coisa poderia dar mesmo para o torto. As pobres A e C estiveram a dar-lhe com o duche obrigando-a a manter-se acordada a ver se vomitava. Só que P achou que o quarto precisava de uma lavagem e toca de molhar as camas e o quarto todo. Eu e T, sortudas, não assistimos a isto, mas A e C no dia seguinte estavam mais mortas que vivas e puseram-nos a par do que se tinha passado.
P viveu para um dia poder contar aos netos como apanhou a maior bebedeira da sua vida e que teve, como consequência, nunca mais ter tocado ou suportado o cheiro de qualquer bebida alcoólica.
A partir do terceiro dia, a nossa estadia em Eressos passou a ser igual. De manhã pequeno-almoço na esplanada da Mariana (a grega mal disposta) depois praia, casa, jantar, passeio, décima musa e casa de novo.
Contudo, no último dia de praia em Eressos, decidimos que queríamos algo diferente.
Continua…
7 comentários:
A proprietária havia de nos fazer sofrer até ao fim, por termos destruido o molho de alhos, e por termos transformado o quarto em praia, com mar e tudo...
Para não falar na 4ª hóspede que ainda havia de aparecer...
Pois é, bem lembrado, linda! Falta a quarta hóspede. ;)
As alemãs eram ou não eram umas belas amazonas? Puxa! Eram cá uns mulherões de encher o olho...
Ai, esta primavera que apesar de tímida já anda a fazer estragos...
Quanto às alemãs... eh... pois, para dizer a verdade, não faziam o meu estilo. Gosto mais do género latino ;-)
Pois, também gosto muito mais das latinas porque são...bom, o melhor é não dizer nada que me começo para qui a esticar e depois...enfim...
Mas, como naquelas paragens, não haviam belezas do norte da Europa, quando aquelas apareceram ficámos meio admiradas por serem tão giras.
Pois frapé com limão?? Conheço exactamente a cara da grega!
Tem piada que existem 2 nadadoras salvadoras, assim chamadas por nós, que são habituês de Eressos e que condizem com a tua descrição. será que são as mesmas? Podem não ser, mas as nossas são iguais..enormes, elegantes e lindas sereias nuinhas na água!!
E o Ouzo? não houve excessos de ouzo? Vodka quando há Ouzo?..ai ai que não sabem o que é bom!!
Quem é a quarta hóspede?...aguardo a continuação. Quanto ao polvo..continuamos a busca...
Bjos
Inha
Inha
Pois, deu-me para inventar, o que hei-de fazer? Às vezes dá-me pra isto, invento ementas do tipo frappé com limão! rsrsrs
Pois, se calhar são as mesmas alemãs, devem-se ter-se mudado para lá!
Ouzo? Pois não sei e pelos vistos a P que na altura tinha a mania do vodka, também nem tentou saber.
A quarta hóspede era a Grega, mas depois explico!
Beijos
Gosto muito do seu blog!
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