domingo, outubro 19, 2014

Porque apoio a reeleição de Dilma Rousseff: Um testemunho






Nas redes sociais alguém me acusou de ser paga pelo PT por causa das minhas colocações durante esta campanha eleitoral para a eleição de Presidente do Brasil.
Então decidi escrever este meu testemunho e explicar a razão porque apoio a reeleição de Dilma Rousseff. 

Sou portuguesa, residente no Brasil há quase dois anos, mas desde há mais de seis anos muito engajada com esta nação que já considero minha. 

Sou aposentada pelo meu país de origem e não recebo qualquer recurso financeiro do Brasil, mas recebo o acolhimento, a alegria, a solidariedade e a paixão de um povo maravilhoso que nasceu neste gigante abençoado por Deus. Sim, abençoado por Deus e bonito por natureza!

Pago impostos como toda a gente, mas pago sem lamentação, pelo contrário, pago com satisfação porque contribuo para esta grande nação que tanto amo.

Sempre fui contra a injustiça social, a ignorância, a ganância de uma minoria que quer sempre mais à custa da maioria. Tenho um horror figadal à discriminação tenha ela o caráter que tiver.

Sempre me posicionei favorável ao direito à saúde, à educação, ao trabalho, à habitação, à alimentação, à segurança e ao transporte para todos, sem excepção.

A casa grande e a senzala fazem-me fernicoques na pituitária, que é o mesmo que dizer, revolve-me o estômago.

Ainda jovem, a minha família e amigos diziam que com esta minha forma de olhar o mundo, eu era de esquerda. Não gosto de qualificações. Porém, a vida mostrou-me que aqueles que se posicionavam perante o mundo, como eu, eram de esquerda, então também passei a considerar-me de esquerda. 

Nunca me inscrevi em partido político algum. Nada contra, apenas não gosto de seguir cartilhas ou mandamentos.

Lembro-me que pelos idos anos 90 do século passado, Portugal começou a receber um enorme contingente de imigrantes brasileiros. Vinham em busca de trabalho e lembro-me que poupavam tudo o que podiam para ser enviado a seus familiares no Brasil. 

Era uma imigração jovem, pouco letrada e sofrida que tinha imenso frio nos Invernos portugueses e morria de saudades da sua gente. 

Portugal estava em franca modernização e estes jovens brasileiros, assim como, africanos e ucranianos ajudaram o meu país nessa empreitada. Alguns, poucos, conseguiram montar seus negócios e, até, serem bem sucedidos.

O Brasil era olhado pelos portugueses e restantes europeus como um país muito grande, rico, mas com uma população muito pobre, ignorante e explorada. Aliás, a América do Sul era vista, com desprezo, como um subcontinente. Nós, europeus, com aquele traço típico de ex-colonizador e de velho mundo de onde “tudo” emergiu olhávamos do alto da nossa arrogância para esse bando de imigrantes que aportava à Europa.

Caramba, como eles sofreram discriminação e solidão! Contudo, eles diziam sempre que era preferível isso que morrer de fome no seu país. E, assim, esses jovens, se sacrificavam indo para um continente longínquo, sozinhos, sem qualquer apoio, apenas para que eles e suas famílias não passassem tanta privação.

Eu, sempre me perguntava como um país tão rico podia ter uma população tão pobre? 

Ó santa ingenuidade de uma jovem habituada ao conforto, à educação, ao amor e apoio de sua família e, que, jamais tinha sentido na pele o horror da fome, da privação, da solidão, da sensação de ser constantemente aniquilada, esquecida, vilipendiada e explorada. 

Santa ingenuidade de uma jovem que ainda não tinha percebido como o mundo é cruel e capaz dos maiores horrores, apenas para sustentar um grupo restrito de pessoas, em detrimento da maioria da população do mundo. 

Santa ingenuidade de uma jovem que via atónita o crescente comércio de armas, o fomento do ódio, de guerras, o tráfico de pessoas, o tráfico de drogas, a indústria farmacêutica multi bilionária, o desmatamento de florestas, a manipulação de massas, a queda de regimes para se colocarem outros – geralmente ditaduras - as crises financeiras fabricadas, etc., com as terríveis consequências que diariamente observamos: seca, fome, perseguição, tortura e morte de milhões de seres humanos. Verdadeiros atentados ao mais básico dos direitos humanos. E tudo, apenas, para atender aos interesses desse grupo restrito. 

A partir da metade do início deste século, comecei a perceber que muitos desses brasileiros estavam a retornar ao seu país. Tentei saber o motivo e todos, sem excepção, me diziam que seu país estava melhor e que havia mais trabalho e que assim já tinham condições para voltar.

Descobri que o Brasil estava a ser governado por um homem nascido no nordeste de uma família muito pobre e que em criança foi com sua mãe e seus irmãos num pau de arara para São Paulo, destino de muitos nordestinos em busca de trabalho e para fugir à fome e à seca do agreste Nordeste.

Esse homem, pouco letrado, metalúrgico, mais tarde sindicalista, conseguiu tornar-se Presidente da grande nação brasileira e estava a transformar o seu país. Claro que a contra gosto de uma elite que se envergonhava desse líder pouco alfabetizado e vindo da classe mais pobre.

Porém, com esse homem, o Brasil havia começado uma transformação que jamais havia acontecido no país. 

A Europa e os EUA demoraram a olhar o Brasil e “o cara” com respeito, mas acabaram por se render. 

De fato, a partir de certa altura, 2009, com a crise económica instalada na Europa, o processo inverteu-se. Quem começou a emigrar para o Brasil, EUA, Canadá e Austrália, foram os europeus. Uma emigração também jovem, mas letrada, graduada, pós-graduada, mestrada e doutorada em excelentes universidades e que não encontrava espaço numa Europa em crise para atingir os seus objetivos profissionais.

E o gigante abriu-lhes as portas e agradeceu esse contingente de técnicos altamente profissionalizados que estão por esse Brasil afora ajudando no seu crescimento e modernização.

Este Brasil que consolidou, com Dilma Rousseff, as políticas do carismático líder Lula da Silva. Este Brasil que saiu do mapa da fome e que tirou milhões de pessoas da miséria e conseguiu que outros tantos milhões subissem à classe média. Este Brasil que tem foco na educação, na saúde e na distribuição de renda. Este Brasil que construiu Universidades Públicas e Escolas Técnicas gratuitas. Este Brasil que tem, votando, mais universitários que analfabetos. Este Brasil atualmente respeitadíssimo que olha o mundo não mais de baixo para cima e, sim, de igual para igual! Este Brasil cujas políticas sociais servem de exemplo a países como a Suiça. Este Brasil que não mais quer ser colonizado por países imperialistas e que quer ser senhor e construtor do seu próprio destino. Este Brasil de que me orgulho tanto como se tivesse aqui nascido e vivido toda a minha vida.

Eis, porque, apesar de ainda não poder votar e não ser petista porque não inscrita no PT, eu estou com Dilma Rousseff e desejo ardentemente a sua reeleição.

segunda-feira, setembro 08, 2014

Dar peixes ao povo em vez de ensiná-lo a pescar?


A frase “dar peixes ao povo em vez de ensiná-lo a pescar” que não corresponde exatamente ao provérbio chinês: “Antes de dar comida a um mendigo, dá-lhe uma vara e ensina-lhe a pescar”, tornou-se muito popular entre aqueles que se opõem aos governos PT de Lula e Dilma.
A bolsa família, por exemplo, transformou-se em bolsa bandido, como se o valor da bolsa família revertesse tendências a ganhos ilegais por parte dos criminosos.
Imagino que para esses filósofos de meia tigela, a ação de devorar um peixe leve o mesmo período de tempo daquela que ensina a pescar. 
Quando em 12 anos de governos petistas se criaram 18 faculdades federais, 370 escolas técnicas, bolsas de estudo, quotas para negros e indígenas e bolsa família para facilitar o acesso à educação profissional da população mais carenciada, sem o estômago vazio porque o dinheiro deu para o arroz e para o feijão e, ainda, ter médico no posto para atendimento quando adoece, é só dar peixes ou é ensiná-los a pescar?
Se um jovem oriundo de uma família pobre, através de todos os programas criados pelos governos petistas, faz uma faculdade ou um curso técnico e, por via da sua formação profissional, consegue um trabalho digno e remunerado, vamos dizer que lhe foi dado um peixe ou lhe foi ensinada a arte de pescar?
O interessante é que, geralmente, quem utiliza essa expressão é uma determinada classe que defende, por um lado, o neoliberalismo desenfreado em detrimento de políticas sociais, mas por outro lado, gosta de festinhas onde senhoras e cavalheiros bem vestidos, exibem a sua “caridadezinha” hipócrita!
Ora, são exatamente estes “caridosos” que acusam os governos de Lula e Dilma daquilo que eles praticam: dão peixinhos aos pobres e isso basta-lhes para se sentirem de consciência tranquila e dormirem o sono dos justos até aos próximos lucros exorbitantes derivados de aplicações financeiras ou jogadas económicas, à custa do empobrecimento da classe trabalhadora que os sustenta e, ainda, do sacrifício dos mais pobres que não conseguem sequer ver uma luz ao fundo do túnel.
E há, também, infelizmente em crescendo, aqueles que não pertencendo a essa tal classe social de “caridosos” defendem o mesmo que estes. Mas esses, coitados, são os sem noção de plantão que papagueiam o que ouvem em TV’s Globos e outras mídias que tais. 
Ensinar o povo a pescar? Era o que faltava! Isso dá muita despesa e leva tempo. O melhor é continuar dando umas esmolas (peixinhos) que em corpo de pobre qualquer agasalho serve!

domingo, agosto 31, 2014

O GIGANTE ACORDOU??? (II)


Sempre tive boa memória, graças aos meus genes! 
E, se bem me lembro, uma determinada mídia, que faz o gênero familiar mafioso, no ano passado enchia os noticiários televisivos em horário nobre, com críticas às manifestações de junho de 2013, chamando os manifestantes de baderneiros, bandidos, e outros qualificativos igualmente simpáticos!
Porém, percebendo que a candidatura de Marina Silva agrada aos mercados financeiros que também protegem os seus interesses, essa mídia familiar mafiosa passou a apoiar Marina que, por sua vez, se apresenta como arauta da nova política e daquilo que os bandidos, ops, os manifestantes ansiavam nas suas badernas, desculpem, manifestações!
Em menos de duas semanas, as badernas e bandidagens viraram anseios legítimos do povo brasileiro!
Será que só eu vejo estas contradições, aliás, a candidatura de Marina é a mais contraditória de todas, ou então os brasileiros têm uma tremenda falta de memória – deve ser do pãozinho de queijo que comem – para continuarem a acreditar no que essas mídias velhas e capangas veiculam.
Eu, que apesar de residir no Brasil, infelizmente ainda não posso votar, limito-me a ver passar esta banda de músicos desafinados tocando músicas do tipo caga cão que no meu país significa vira o disco e toca o mesmo!
O gigante acordou? Não, o gigante continua adormecido e a ver a banda passar! 

terça-feira, julho 15, 2014

Alemanha - A nova heroína dos brasileiros



Os alemães são sempre muito simpáticos quando visitam outros países. Não é nenhuma novidade. Talvez seja para os brasileiros, mas para nós portugueses não é, pois a grande maioria dos nossos turistas são alemães e ingleses. Conhecemos muito bem a sua simpatia e savoir faire. 

Individualmente nada tenho contra alemães, pelo contrário, repito que são imensamente simpáticos, gentis, educados e respeitadores.
Porém, dificilmente um português ou um cidadão de qualquer país da Europa do Sul torcerá por eles. Isto, porque, como nação, os alemães continuam a considerar-se uma raça superior. 
Em apenas um século foram responsáveis por duas guerras com consequências brutalmente trágicas para o mundo.
Na sequência da segunda guerra mundial, a Alemanha foi dividida propositadamente para ser enfraquecida e desistir das suas ideias expansionistas.
No entanto, os restantes países da Europa cometeram um tremendo erro, de que atualmente já se arrependem, ao permitirem a reunificação da Alemanha. 
De facto, com a reunificação, a Alemanha tornou-se novamente muito poderosa e na impossibilidade de fazer uma nova guerra, com o eterno intuito de dominar a Europa, os alemães dominam-na fazendo uma guerra económica terrível. Primeiro criando uma crise e depois obrigando os países periféricos europeus a pagarem uma crise criada por eles e com consequências desastrosas para os povos desses países. 
Sempre foram e são extremamente racistas e xenófobos. Aliás, os resultados das últimas eleições europeias mostram bem essa faceta deste povo tão "simpático" e "solidário"! 
Como foram a seleção e torcida mais simpática e solidária do mundial, vejo muitos brasileiros impressionados, para não dizer babando ovo pelos alemães – o que não admira já que há uma certa tendência dos brasileiros darem valor ao que vem de fora – mas não se enganem, na frente os alemães sorriem-nos para de seguida nos sacanearem pelas costas de forma bem dolorosa!
Da Alemanha espero tudo, menos solidariedade e tratamento igualitário. E garanto que não faço qualquer pré-julgamento. O que digo é, infelizmente, muito real porque vivido! 

Por isso, na final desta copa não torci por eles, nem nunca irei torcer. Apenas torci pelos brasileiros para que não vissem a sua arquirrival Argentina ganhar a Copa no seu país e no seu estádio de eleição!

domingo, julho 06, 2014

NEYMAR FORA DA COPA DO MUNDO DE 2014

Tenho imensa pena do que se passou com Neymar. Aos 22 anos é, sem dúvida, o melhor jogador da seleção brasileira, a jogar a sua primeira Copa do Mundo em casa e, de repente, ve-se fora da copa depois de ajudar o seu país a chegar a uma meia final. É extremamente doloroso, talvez mais do que as dores físicas que lhe causam a vértebra fraturada no jogo contra a Colombia.

Percebo muito bem a comoção e revolta da torcida brasileira por ver o seu principal jogador fora da copa exatamente quando a seleção vai defrontar a difícil seleção alemã na meia final.
Porém, tenho dificuldade em entender a fúria que se instalou contra o jogador colombiano Zuniga! Chamam-lhe todos os nomes, garantem e juram que ele é um mau caráter porque fez de propósito, clamam justiça exigindo a sua erradicação do futebol! 
Julgo que isso acontece porque o jogador atingido foi Neymar. Tenho a certeza que se fosse Messi ou Cristiano Ronaldo os argentinos e portugueses teriam exatamente a mesma reação! No entanto, talvez não se tivesse instalado tanta raiva se o jogador atingido fosse qualquer outro!
É verdade que a falta de Zuniga é duríssima e merecedora de punição dentro das regras do futebol, mas também é verdade que o jogador já pediu desculpas publicamente a Neymar e garantiu que não teve qualquer intenção de machucá-lo. Porém, até estas declarações do colombiano estão a ser criticadas. É preso por ter cão e preso por não ter, que é o mesmo que dizer, pede desculpas é cínico, não pede cínico é!
O argumento usado é o de que Suárez levou dura punição da Fifa por uma mordidela, portanto ao mandar Neymar para o estaleiro, Zuniga merece erradicação do futebol. Ou seja, na opinião das pessoas apenas conta o ato em si, não a intencionalidade com que se faz o ato. 
Ainda bem que os tribunais populares são cada vez mais raros, senão seria pior a emenda que o soneto! 
Suárez claramente teve intenção de morder o jogador italiano, já o mesmo não posso com tanta certeza afirmar relativamente à falta de Zuniga! As imagens devem ser muito bem analisadas pela Fifa para que esta decida com imparcialidade se há uma falta grave ou agressão da parte do colombiano.
No vídeo abaixo, não consigo ver claramente intencionalidade do jogador da Colombia, ou seja, o que seria considerado uma agressão. Vejo Neymar correndo para a bola, seguido também em corrida por Zuniga. De repente, Neymar pára para receber a bola e o colombiano vai para cima dele e atinge-o com o joelho. Porém, há um detalhe que é visível e que tenho a certeza a Fifa vai ter em conta, Zuniga nem por um momento tira os olhas da bola, pelo que, pode não ter visto Neymar parar para receber a bola! E o joelho do jogador está levantado porque ele está em movimento de corrida.
Cobra-se demasiado de quem não deve ser tão cobrado assim! 
É do conhecimento geral que a Fifa deu indicação aos juízes para pouparem nos cartões. E o juíz assim fez! Aliás, a seleção brasileira é, até ao momento, a mais faltosa deste mundial com um total de 96 infrações em cinco jogos! Só 31 dessas infrações foram cometidas pelo Brasil no jogo de anteontem contra 23 da Colombia! E, apesar de torcer de coração pelo Brasil, tenho de ter a lealdade de dizer que também vi faltas muito duras da parte dos jogadores brasileiros! 
Tento imaginar se numa dessas faltas o James, o Cuadrado ou o Jackson tivessem quebrado alguma coisa, se a torcida brasileira gostaria de ver Fernandinho (um dos jogadores mais faltosos) ser trucidado pela torcida colombiana.
Quem deve ser cobrada em primeira mão é a Fifa que deu indicação às equipas de arbitragem para economizarem nos cartões! 
Cabe agora à Fifa inverter essa indicação, analisar as imagens e verificar também com imparcialidade e equidade se houve ou não intenção de Zuniga provocar dano em Neymar e puni-lo na mesma medida, mas não erradicá-lo do futebol que é algo que me parece de um exagero enorme consequência de puro destempero!
E siga o jogo que a Alemanha não é uma seleção de se meter no bolso!

https://www.youtube.com/watch?v=DZLhemUwoXE