segunda-feira, março 26, 2007

Umas férias inesquecíveis - Parte IV


continuação

A noite agitada de Eressos que tanto ansiávamos, era, na verdade, muito calminha, para Agosto! Mesmo assim, não nos desmotivámos e lá fomos à procura de um restaurante (não recordo o nome) que tinha uma agradável esplanada, para comer a Moussaka que estava excelente.
Enquanto decorria o repasto, bem olhávamos para a fauna maioritariamente feminina que passava mas não conseguíamos vislumbrar um espécime que valesse uma segunda olhadela. Uma frustração!
Por outro lado, o nosso grupo era alvo de olhares sedutores (se é que se podem chamar assim) e, até, de alguma surpresa. Podem não acreditar, mas não é preciso ser a Angelina Jolie para, naquela terra, ser considerada uma beleza do outro mundo, tal é a falência de beautiful women por ali.
Acabámos o jantar e fomos dar um passeio por uma rua próxima da praia e que parecia ser a mais animada. No entanto, a paisagem era ... ok ... mais do mesmo! Uma decepção!
Quando chegámos ao final dessa rua, demos com um pequeno largo que era utilizado como esplanada de um ou dois cafés. Sentámo-nos e pedimos umas bebidas enquanto decidíamos para onde iríamos, pois não dava para ir pr’a night em Mitilene que ficava a hora e meia de táxi para lá e outra para cá!
Estávamos neste dilema, eis que se aproxima de nós uma mulher com um ar meio esgazeado e estranho, de cabelo pintado de vermelho, curto e muito punk que se apresentou como Maria Cyberdyke (Cyb). A mulher era estranhíssima (não sei se continua a ser) mas muito simpática e, percebia-se porque era um género de public relations da comunidade lésbica da Grécia. Conversámos durante um bocado, ela quis saber se estávamos bem instaladas e ouviu as nossas queixas sobre o local que nos tinha arranjado. Não mostrou qualquer perturbação e sorriu abertamente quando lhe dissemos que já tínhamos acomodações bem melhores e em Eressos. Durante a conversa deixou escapar alguma surpresa por saber que jogávamos todas na mesma equipa que ela, com excepção de P que como já referi andava baralhada mas a quem a Cyb tratou por babydyke.
Depois de C saber, através da Cyb, que M, a amiga grega com quem se queria encontrar, já estava em Eressos, dirigimo-nos para o local onde aquela estava a jantar com o seu grupo.
Quando chegámos a um misto de restaurante e bar, com uma parte coberta e outra ao ar livre, encontrámos, finalmente, um grupo de mulheres giras. Puxa, eu até respirei fundo! É que já começava a ficar com dúvidas relativamente à minha preferência por figos. C dirigiu-se a uma morena, muito bonita, com um rosto perfeito de feições gregas e possuidora de uns olhões lindos de pestanas enormes e espessas que até pareciam falsas. Era M!
No entanto, apesar de na altura ser casada, eu não estava ceguinha e os meus olhos pousaram numa outra morena com um tipo ligeiramente butch, dona de um sorriso espantoso e um ar muito atrevido que se exprimia num inglês elegante e perfeito. Caramba, sempre tive um fraquinho por mulheres interessantes e atrevidas! Não fosse eu ser casada na altura e teria lançado a minha rede àquela beleza andrógina, filha de mãe grega e pai inglês, ou era o contrário? Também não é importante! Senti que ela também me olhou de um modo especial mas percebeu que eu era comprometida porque T (que é uma mulher que vê mesmo aquilo que outros não vêm) marcou a sua posição abraçando-me e olhando-me amorosamente. É por estas e por outras que quando um casal está em crise o melhor é ter férias conjugais!
Estivemos em amena cavaqueira com o grupo de gregas, enquanto eu e a mulher do sorriso que mexia com a libido da mais empedernida nos íamos olhando conforme nos era permitido. Depois de um bocado, as minhas amigas e T resolveram que lhes apetecia ir à procura de um local com música e dança e eu, que estava tão entretida, lá tive que ir com elas! No entanto, antes de sairmos fomos convidadas para, na noite seguinte, nos reunirmos na praia com elas (as gregas) à volta de uma fogueira (uma coisa muito romântica). Mais uma vez lamentei não ter combinado umas férias conjugais.
Voltámos ao tal largo onde um par de horas antes tínhamos encontrado a Cyb e vimos um misto de bar e discoteca (naquela terra haviam muitos mistos) chamado A décima musa.
A música não era má, o espaço era exíguo, mas como a porta de entrada estava aberta, o pessoal podia dançar na rua ao som da música. Com excepção de uma ou outra grega, a frequência nada tinha de especial. A verdade, minha gente, é que já viajei o suficiente para poder afirmar que, de facto, as mulheres portuguesas são muito bonitas e quando não o são têm, pelo menos, um ar lavadinho!
Seriam umas três da manhã quando decidimos recolher a casa para nos entregarmos a Eros e/ou a Morfeu.
continua... e a reportagem fotográfica das Vizinhas também!

4 comentários:

As vossas vizinhas disse...

Duca,
Boa continuação de aventura. (tens umas fotos na nossa casa)
Pergunta: Falência de mulheres bonitas? Esperamos que te estejas a referir às criaturas peludas (que lá na terra delas faz muito frio!!)e não às hellénicas! Não comeces uma guerra..aos meus ouvidos já chegaram reclamações e pedidos oficiais de esclarecimento vindos directamente das Antenas.
Bjos
Vizinhas

Duca disse...

Vizinhas

Falência de mulheres bonitas até ter encontrado as helénicas! Como sabem, em Eressos a maioria do mulherio são aqueles seres peludos do norte da Europa.
Não há guerra nenhuma! As meninas não leram o que eu disse do grupinho de gregas que encontrámos? ;)
Vou ver as fotos.
Beijo

Anónimo disse...

Essa morena era bem interessante!! As misturas (de raças, ou nacionalidades) podem dar resultados fantasticamente atraentes.
Eu não a achei butch. Era antes, como o meu afilhado diz, mais para o "gótica".
Lembro-me que (ela) estava a ler Saramago e foi isso que me chamou a atenção e foi por isso que metemos conversa.
Creio que o nome dela tinha um V... Ou não...

Aguardo com expectativa os próximos episódios! Beijos!

Duca disse...

Citadina

Eu disse que ela tinha um ar ligeiramente butch, por causa do cabelo curto, o rosto sem qualquer maquillage, a atitude descontraída e aquela postura de quem sabe que bule com as pessoas.
Sim, tens razão, o nome dela começava por V e estava a ler Saramago. A roupa toda negra e o facto de ser morena davam-lhe um jeito gótico muito interessante, é verdade!
Para mim, as mulheres com mistura de raças são tão, mas tão interessantes...tu nem me lembres isso que eu ainda tenho uma tarde de trabalho pela frente. :)