Há cerca de 15 minutos passava eu na Av. da Liberdade, em Lisboa, perto da estátua de Simão Bolívar, quando vejo um aglomerado de gente, não muito grande, agitando bandeirinhas da Venezuela.
Apesar de não serem muitas pessoas percebi, pela quantidade de polícia, profissionais dos media, trânsito parado e buzinadelas dos condutores impacientes, que não era uma manifestação qualquer.
Abordei um agente da autoridade e perguntei-lhe o que era aquilo. Depois de delicadamente me desejar as boas tardes, a autoridade explicou-me que era o Presidente da Venezuela que estava em Lisboa e decidira fazer uma homenagem a Bolívar pelo 225º aniversário do seu nascimento.
Agradeci o esclarecimento e segui o meu caminho de volta ao meu local de trabalho, não sem antes ouvir meia dúzia de maduros que de punho no ar berravam "o povo unido jamais será vencido!"
Sorri para comigo, enquanto pensava na admiração que tenho por estes líricos que acreditam que o povo jamais será vencido que é o mesmo que dizer que ainda acreditam no pai natal.
É que o povo já foi vencido há bué! Não porque a frase no seu conteúdo não seja verdadeira mas, tão só, porque o povo não está (se é que alguma vez esteve) unido!
3 comentários:
Duca
Esse é um dos grandes problemas dos povos.
Falta de união.
Havia que me segredasse que "o povo unido jamais seria f....o".
Estou a ser mau não estou?
Para tentar apagar o mau aspecto da coisa, deixo-te um beijo.
Comungo contigo a mesma admiração pelos líricos e, como há mais de uma semana não via televisão, por uma boa causa (ciceroniar F.), nem sabia que o presidente que o rei mandou calar esteve por cá...:)
Excelente crónica!
Enquanto as pessoas ficarem enroladas em seu próprio mundinho e atenta só a seu próprio umbigo, não é possível povo unido.
Enquanto procurarem os pequenos poderes e o dominio a união é improvael para uma real vitória.
Me impressiona o quanto o engôdo de frases feitas podem ter tanto efeito.
Querida, tão bem colocado teu texto. Perfeito!
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