Ontem, O Insurgente veio insurgir-se contra alguns pais holandeses que levaram os seus rebentos, supostamente homossexuais, com idades compreendidas entre os 11 e os 16 anos a uma parada gay que tinha como objectivo protestar contra recentes violências praticadas em homossexuais. A notícia que causou tal repúdio em Carlos G. Pinto foi esta. Este post do Insurgente teve, até agora, 47 comentários (a partir do sexto vão ter que andar com o elevador bem para baixo para encontrarem os restantes).
Hoje, encontrei no Que Treta! da autoria de Ludwig Krippahl um post que é uma resposta muito interessante ao do Insurgente. Para além do post, são também interessantes alguns dos seus 23 comentários.
Hoje, encontrei no Que Treta! da autoria de Ludwig Krippahl um post que é uma resposta muito interessante ao do Insurgente. Para além do post, são também interessantes alguns dos seus 23 comentários.
Aqui está uma questão bem actual para ser debatida. Levaria algum filho ou filha de idade compreendida entre os 11 e os 16 anos a uma parada gay se ele(a) fosse potencialmente homossexual? E se fosse potencialmente heterossexual, também levaria?
30 comentários:
De blog em blog vim aqui parar e li a tal notícia para a qual havia um link. A minha opinião é que acho um completo disparate levar crianças de 11 anos ou à roda dessa idade (embora ache considerável a diferença entre 11 e 16 anos)para paradas dessa natureza e acho que tal ideia é apenas o reflexo da sociedade doentia em que vivemos na qual estamos obcecados por sexo e já nem deixamos as crianças serem crianças e descobrirem a sexualidade de uma forma natural. Nem sei aliás qual o fundamento à partida para dizer que uma criança aos 11 anos já tem esta ou aquela orientação sexual. Eu então teria sido logo catalogada como gay uma vez que nessa idade era uma perfeita maria rapaz e não achava graça nenhuma às brincadeiras das meninas. Por exemplo tenho um amigo homosexual ele assumiu-se por volta dos 22 anos e ele próprio diz que foi um processo de descoberta que foi tendo à semelhança aliás da forma como descreveu no seu post "memórias". Outro aspecto pelo qual eu também não levaria crianças a uma parada é que há uns tempos atrás calhou estar em Amesterdão na altura da parada gay e fiquei a assistir. Eu não me considero própriamente uma puritana e confesso que fiquei repugnada por algumas das cenas a que assisti que mais parecia estar perante animais com cio incapazes de controlar os impulsos do momento. Por isso pelo próprio ambiente não me parece que seja o local próprio para levar crianças.
Estive a ler outros posts do seu blog e já agora não quero deixar de a felicitar primeiro pelo aniversário e depois pela forma como aborda estes assuntos porque nos tempos que correm é raro alguém fazê-lo sem cair na vulgaridade e na falta de educação.
Cumprimentos
Da forma como é colocado o texto, entendi que os supostos homossexuais seriam os rebentos.
Se assim foss, acharia bem a atitude.
Mas parece que e segundo a notícia original, os homossexuais seriam os pais.
A pontuação altera o sentido do texto. É óbvio.
Sendo assim, penso que será inadequado, por precoce.
Uns anitos mais tarde e tudo bem.
Duquita,
Admiro a tua paciência para as trocas de argumentos com as cabecinhas pequenas que andam por aí.
Quanto à base da discussão: daquilo que pude ler (e entender) a "iniciativa" foi das ditas crianças "homo" e é de louvar a presença e o acompanhamento dos seus pais (hetero e talvez alguns homo,porque não?). Isto sim, isto é educação sexual, isto é respeito e esclarecimento, isto é ser PAI e MÃE! Por muito que um adolescente ache que, aos 11,12,14 etc, anos é alguma coisa, só muito mais tarde é que terá certezas..quanto mais esclarecido e acompanhado ele crescer melhor pessoa será e de certeza bem mais feliz! (seja qual for o rumo da sua vida...)
Bjos
Filipa
Antes de mais quero agradecer-lhe a visita a este espaço e o seu comentário que levanta questões muito pertinentes.
Há de facto uma diferença entre crianças de 11 e 16 anos. A própria legislação, por exemplo sobre crimes sexuais, faz essa distinção.
Quando fala de paradas gay que acontecem uma vez ao ano, parece-me ter uma opinião muito negativa sobre as mesmas. É um facto que certas pessoas que se apresentam nessas paradas têm comportamentos repugnantes, porém, o objectivo das paradas gay não é sexual. O objectivo dessas paradas é a de chamar a atenção para o facto de a comunidade LGBT continuar a ser discriminada e, no caso desta de que fala o texto, protestar contra a violência exercida sobre elementos desta comunidade.
Comportamentos repugnantes não são apanágio da comunidade LGBT. Estive em Madrid este ano por altura do Europride onde estiveram representados vários países, entre os quais, o nosso, num total de um milhão e meio de pessoas e não vi quaisquer comportamentos repugnantes. Não quero com isto dizer que não tenham existido; eu, não vi. Também depende do que se consideram comportamentos repugnantes. Dois homens, duas mulheres ou um homem e uma mulher beijando-se, para mim, não tem nada de repugnante.
Na verdade, na rua, nas discotecas, nos bares, na praia, etc., vejo quase todos os dias, comportamentos tão repugnantes por parte de casais ou indivíduos heterossexuais que eu, que não sou nada puritana, coro. São casais que quase praticam o acto em público, são indivíduos mirones que se masturbam, etc. Pergunto, como podem os progenitores proteger diariamente uma criança de 11 anos ou até mais pequena, destes espectáculos que pululam por aí?
E que dizer da televisão e da internet?
Porque razão a preocupação só chega aos progenitores quando toca a paradas gay cuja existência tem como objectivo apenas defender os seus direitos de cidadãos, cujas contrapartidas para os Estado, não são diferentes da de todos os outros? É assim tão grave ensinarmos os nossos filhos a não discriminar minorias, sejam elas quais forem, só porque pode aparecer um grupelho de gente com um comportamento menos cívico? Se sim, então, o melhor é não deixarmos os nossos filhos saírem de casa todos os dias, não os levar à praia, vender a televisão, o computador e todas as play station portable com jogos de uma violência e, não só, que fazem arrepiar qualquer pessoa de senso comum.
Porque razão a maioria dos paizinhos ficam todos ufanos de orgulho quando o seu rebento do sexo masculino, com 11 anos ou menos, chega a casa e diz que tem namoradinhas na escola a quem dá beijinhos como no cinema e viu as maminhas? Porque, maravilha das maravilhas, o moço é macho!
Mas se o rebento chega a casa e não fala sobre raparigas e só de rapazes, ai que desgraça que tenho de levar o moço a uma profissional do sexo para o iniciar que eu não quero nenhum “paneleiro” cá em casa. Infelizmente, este procedimento muito comum noutros tempos, ainda hoje tem lugar.
Para este tipo de considerações a idade não conta para nada.
Mas se os tais paizinhos em vez de levarem o rebento a uma profissional do sexo, o levarem a uma parada gay, independentemente da criança ser potencialmente homossexual ou heterosseuxual, com o intuito de lhe mostrar uma outra realidade onde se luta pela defesa de direitos e pelo fim à violência exercida sobre os LGBT, já é muito grave.
Tenho a certeza que se os pais levarem uma criança de 11 anos a uma manifestação política ou de protesto contra a violência exercida sobre as mulheres, já a atitude seria aplaudida. E, no entanto, o objectivo da mesma seria idêntica. E a criança poderia não estar isenta de ver cenas repugnantes na mesma.
A descoberta da sexualidade é um processo individual. Pode fazer-se mais tarde ou mais cedo. Eu descobri a minha orientação sexual aos 21 anos, mas a filha de um casal amigo, aos 10 anos, já dizia que gostava de meninas e, hoje, aos 25 anos é lésbica e vive com uma mulher.
Portanto, não me repugna que uma criança de 11 anos, que está prestes a entrar na puberdade, sinta e diga aos pais que gosta de meninos ou meninas. Não acontecerá com todas as crianças mas acontecerá, certamente com algumas.
Penso que, como em tudo, há que haver bom senso e, sinceramente, não tenho o direito de achar que todos os progenitores holandeses que levaram os seus filhos de 11 anos, homossexuais ou não, sejam pessoas sem moral e que não queiram o melhor para os filhos.
Repórter
"For the first time ever, a group of 40 teenaged gays aged 11 to 16 participated in the world famous gay parade. They were accompanied by their parents."
Quem eram homossexuais eram as crianças que foram à parada acompanhadas pelos respectivos progenitores.
“The initiator of the teenage gay boat, 14-year-old Danny Hoekzema, said the participation of teenage gays was necessary to ask attention for the position of young gays.”
Esta ideia partiu de um adolescente de 14 anos que apesar de tão jovem já tem consciência da sua orientação sexual.
Beijo
Inha
Para mim, mais do que educação sexual, trata-se de educação cívica.
"...quanto mais esclarecido e acompanhado ele crescer melhor pessoa será e de certeza bem mais feliz! (seja qual for o rumo da sua vida...)"
Absolutamente de acordo!
Beijo
Pois olha duca,
eu nao só levaria os rebentos como tb os meus canitos, piriquitos, peixitos e quantos mais melhor ...... podia ser que assim alguem entendesse que não é uma questão de pele.... é sim uma questão de mentalidade, como algo tao natural como beber um copo de água!
Irra ..... que mentalidades retrógodas!!!
Beijinhos ouriçados
Foi esse original que li e percebi.
Mas no teu texto, fiquei com dúvida.
Estou esclarecido.
Beijo
Copio para aqui o q escrevi a este respeito porque foi à dúvida colocada pela Duda (sem saber q a tinha colocado) q respondi no meu antro:
Muitos têm uma enorme dificuldade em reconhecer o óbvio, ou seja, que a sexualidade adolescente existe (oh se existe). As consequências de tal "postulado" já foram debatidas por aqui vezes suficientes, berdá? Se se fala de homossexualidade adolescente então, ui, cai o carmo e a trindade e entramos no domínio do tabu absoluto. Anda por alguns blogs uma discussão, originada por um post no Insurgente, a propósito da participação de adolescentes na Parada Gay de Amesterdão. Como mãe de duas criaturas que estão nos limites extremos das idades consideradas (11 e 16 anos) o que faria se algum deles quisesse participar numa manifestação do mesmo estilo? No que respeita à de 16 anos não faria rigorosamente nada porque não tenho nada a ver com a maneira como ela exerce a sua cidadania. Imaginemos, então, que era o louro que decidia que fazia todo o sentido para ele participar num evento semelhante. E há dois tipos de motivos que poderiam justificar essa vontade: ou porque lhe parecia importante estar ao lado de um grupo que considerasse que era marginalizado socialmente (e sim, há crianças de 11 anos que conseguem identificar injustiças) e aí estou como o Ludwig Krippal, acho que ficaria orgulhosa pela manifestação de civismo demonstrada pelo puto; o outro motivo possível seria, naturalmente, ele achar que aquela era uma luta dele (são raros os miúdos de 11 anos que se consideram homossexuais mas existem. E essa rarefacção tem ou não muito a ver com o banho cultural onde estão imersos?), neste caso não tinha nada que ficar ou não ficar orgulhosa porque a sexualidade dos meus filhos não me diz respeito (já a educação para a sexualidade é outra conversa). Quer num caso quer noutro o meu papel como educadora seria acompanhá-lo, ponto. Quem me conhece pode obstar a esta conversa usando um exemplo recente e chamar a atenção para a minha postura numa recente campanha eleitoral em que me recusei levá-lo a qualquer evento. Estou, muito concretamente, a falar do Referendo do Aborto. É um facto, ela participou no que quis, ele não. Mas os meus motivos são simples: andar com um puto com ar de puto a tiracolo, naquele contexto, teria sido usá-lo como "estandarte" da minha maternidade, ou seja, era eu que o instrumentalizaria, o que faz toda a diferença.
adenda: cela va sans dire, espero eu, mas é capaz de ser melhor deixar bem claro que tudo o que acabei de dizer se aplica a adolescentes (ou pré) e não a crianças. Para mim é claro que existe uma diferença enorme na forma de me relacionar com uns e com outros. Ah! e também é capaz de valer a pena realçar que me parece que quando se fala em 11 anos (veja-se o segundo link do texto) se está a falar num fenómeno muito, muito marginal porque raríssimo.
Sweet Porcupine
"eu nao só levaria os rebentos como tb os meus canitos, piriquitos, peixitos e quantos mais melhor ...... podia ser que assim alguem entendesse que não é uma questão de pele.... é sim uma questão de mentalidade..."
É mais uma questão de receio causado pela ignorância sobre tudo o que foge ao modelo instituído, mesmo que os objectivos sejam os mesmos.
De certeza que ninguém se escandalizaria por ver progenitores (de qualquer raça) irem com os filhos de 11 anos (de qualquer raça) a uma manifestação contra o racismo. E porquê? Porque este tipo de manifestações são comuns.
Shyznogud
Antes de mais quero felicitá-la pelo seu blog Womenage A Trois que de sou leitora atenta e assídua.
Quanto ao seu comentário, apenas lhe posso dizer que concordo com o que diz, inclusive, com a sua decisão em não levar o seu "puto" a qualquer evento do referendo sobre aborto e as razões porque assim decidiu.
Como disse na resposta à Filipa, o bom senso não pode nem deve ser esquecido por parte de progenitores e/ou educadores.
Agradeço-lhe a visita e o excelente comentário.
:) e porque não?!
A partir do momento que são "adolescentes", tem o direito de vivenciar e ter opiniões.
Se fosse da sua livre vontade levaria, acompanhando as suas perguntas e fascinios.
Só se vive uma vez.
Eh pá ... então é assim ... depois do dia azambuado que tive, de só ter chegado a casa há pouco tempo (quem é que me manda ser galdéria??) ... até podia reunir toda a minha criatividade e cozinhar aqui um comentário cheio de rocócos ...
Mas muito sinceramente minha querida ... deixo-te uma beijoca encaracolada e vou-me mas é deitar que hoje (afinal já é 5ª) ... o dia promete ... ahahahahah ...
See U ... :)
Eh pá ... então é assim ... depois do dia azambuado que tive, de só ter chegado a casa há pouco tempo (quem é que me manda ser galdéria??) ... até podia reunir toda a minha criatividade e cozinhar aqui um comentário cheio de rocócos ...
Mas muito sinceramente minha querida ... deixo-te uma beijoca encaracolada e vou-me mas é deitar que hoje (afinal já é 5ª) ... o dia promete ... ahahahahah ...
See U ... :)
Olha, ainda bem que postei a dobrar ... eu não digo que estou com uma soneira nos queixos que nem me aguento ... ????
:)
Li o seu comentário ao que escrevi e gostava de esclarecer alguns aspectos. Em primeiro lugar há determinados comportamentos que me repugnam venham eles de homosexuais ou heterosexuais e não me estou a referir a manifestações públicas de afecto entre casais. Depois pelo facto de ter visto cenas das quais não gostei de todo naquela parada não quero dizer com isso que acho que os comportamentos repugnantes são apanágio da comunidade LGBT ou sequer que de algum modo vieram alterar a opinião que sempre tive em relação a alguns assuntos que mobilizam os homosexuais nomeadamente de que devem ser reconhecidos aos casais homosexuais direitos equivalentes aos dos casais heterosexuais do ponto de vista legal, fiscal, etc. Aliás em geral repudio actos de discriminação ou de violência seja contra quem for. Segue-se na sua resposta uma longa descrição de coisas que a repugnam nos comportamentos de heterosexuais. Mais uma vez como conseguiu concluir daquilo que escrevi que eu acho que os heterosexuais é que são uns santinhos e que os homosexuais é que são campeões dos comportamentos obscenos?
Quanto às criancinhas de 11 anos e prestes a entrar na puberdade continuo a achar que não vejo o fundamento para de imediato os pais concluírem que os filhos têm esta ou aquela orientação sexual. Posso até contar um episódio que se passou comigo quando tinha 9 anos. A minha mãe foi dar comigo e com um miúdo da mesma idade com quem eu costumava brincar de calças em baixo a observarmos os respectivos genitais. A minha mãe também podia ter concluído de imediato que eu era potencialmente heterosexual (podia estar completamente enganada) e ter tomado uma posição em conformidade que poderia ter sido:
A) Como mulher evoluída e aberta que era e é ia a correr comprar o kamasutra para me oferecer tanto mais que quando isto aconteceu se aproximava o meu aniversário
B) Não dava especial importância à ocorrência pois achava que se tratava da curiosidade natural das crianças e que eu teria muito tempo para descobrir a minha identidade sexual
C) Pregava-me um sermão pois o primeiro pénis que uma menina de família deve ver na vida é o do marido na noite de núpcias
Felizmente que a minha mãe optou pela hipótese b).
Pecado Original
"Se fosse da sua livre vontade levaria, acompanhando as suas perguntas e fascinios."
Absolutamente de acordo.
Beijo
Caracolinha
:) Só me lembro de dizer: Que rico almoço! See U linda!
Bem... eu não sei nada, percebo muito pouco de coisa nenhuma, sou infantilóide que até dói e não me atrevo sequer a participar em discussões públicas, intelectuais e outros ais e ismos...
Se me permitem só posso falar de mim e por mim.
A primeira vez que tive consciência que era "diferente" foi aos 6 anos.
Aos 7 quando me perguntaram (feitos idiotas e inquisidores) o que queria fazer quando fosse grande... eu respondi " Quero casar, ter a minha mulher e os meus filhos"!
Aos 8 tinha namoradinhas que me faziam juras de amor se casasse com elas (penso q é daí que vem a minha comichão contra a dita palavra casamento lol).
Aos 9 apaixonei-me por uma loira de 16 anos e até fui fiel até aos 12 anos... (um record de fidelidade!)
Dos 13 aos 33 vivi apaixonada pela mesma adolescente, rapariga, mulher.
Aos 18 fui encostada à parede por uma colega da faculdade e tungas quem pagou foi o sofá lá de casa!
(Nesta parte não posso contar mais pormenores... seria o vosso deleite porno-gráfico eu sei lol)
Mas apenas um facto e esse não é um truque da minha mente, nem de condições sócio-ambientais, nem tão pouco genético (não há casos de homossexualidade na família)...
- Eu soube desde sempre que era "diferente". Por razões que desconheço... nunca confrontei directamente nenhum dos meus pais com o assunto...
Curiosamente "evitei" ir para a cama com uma mulher até ao dia do sofá!
(Já me estou a esticar e a ir para fora de pé.)
Ora tudo isto, porque me lembro bem... da minha infância.
Agora, pais que deixam os filhos participar em movimentos gay... é simples... os tempos são outros... a moralidade dos Homens muda consoante o vento. Eticamente correcto, fala do convento quem lá está dentro!
Leram por acaso alguma coisa sobre os jovens? Sobre os pais? Sabem quem são e a sua história?
Uma noticia a seco sobre esse evento (a participação de jovens dos 11 aos 16) tanto serve para inflamar os pró como os contra activistas gays.
Tanto satisfaz os que olham e advogam os direitos das crianças... mas ainda dizem... o "meu" filho sim pode... ou a "minha" filha não, como aqueles que se refugiam no "são apenas crianças" como se fossem seres menores.
A resposta, qui ça, está no exercício mental de por breves momentos voltarmos à infância... recordar o que de facto "pensávamos" ou "sentíamos" sem o jugo de filtros educacionais ou sociais.
A exposição à temática sexual, começa nas revistas, na televisão, no pátio do colégio...
Proteger os mais jovens do "mal do mundo" não é obviar, castrar ou silenciar as suas próprias opiniões...mesmo que consideradas incorrectas ou despropositadas.
Não vai há muitos séculos casavam jovens de 10 e 11 anos, e aos 13, 14 anos eram mães ou pais.
Hoje em dia, viola-se meninas de meses ou de 3 anos em África como antídoto e cura para a SIDA.
A paternidade é ter o poder de vender as jovens na índia e na Ásia a redes de prostituição... claro... mas isto são dados culturais.
Participar numa manifestação gay na Holanda é pecado e calha mal...não deixa de ser um dado cultural, tão marcadamente como "os nossos intelectuais ocidentais", aqui são máximo... na selva amazónica não passam de uns imprestáveis que nem para apanhar sementes de guaraná servem... são apenas dados culturais...
Mas eu não percebo nada disto...
sei lá!
Beijos
Gar
Filipa
O que eu quis dizer é que independentemente das cenas chocantes que numa parada gay possam existir, a verdade, é que este tipo de paradas não são de cariz sexual porque não pretendem chamar a atenção para a diferença na orientação sexual mas sim afirmar a necessidade de existir uma igualdade de direitos apesar dessa diferença. Uma manifestação pelos direitos das mulheres não é uma manifestação de cariz sexual, apesar da diferença de sexo entre homens e mulheres. E numa manifestação pelos direitos das mulheres, ou outra qualquer, uma criança que vá acompanhada pelos pais pode assistir a comportamentos menos cívicos. Eu não iria, e de certeza absoluta que não levaria os meus filhos, a uma manifestação onde os manifestantes praticassem o acto sexual; esta sim, seria uma manifestação de cariz sexual. Mas este não é definitivamente o objectivo de uma parada ou manifestação gay.
“Quanto às criancinhas de 11 anos e prestes a entrar na puberdade continuo a achar que não vejo o fundamento para de imediato os pais concluírem que os filhos têm esta ou aquela orientação sexual.”
E contou um episódio que se passou consigo aos 9 anos, ao qual a sua mãe reagiu da mesma forma como os meus progenitores reagiriam, ou eu se tivesse filhos, ou seja, com bom senso.
No entanto, continuo a defender que não é aos pais que cabe acharem se os filhos são homossexuais ou heterossexuais, é às crianças que cabe saberem-no.
Um amigo contou-me que aos 9 anos quando ia à praia e via mulheres bonitas em fato de banho, sentia-se excitado. Aos 9 anos ele sabia que era heterossexual e a verdade é que sempre o foi porque desde muito cedo o seu mundo erótico e afectivo estava dirigido para mulheres.
A Garamond no seu comentário a este post refere que aos 6 anos se apercebeu que era “diferente” e que aos 7 anos quando lhe perguntaram o que queria fazer quando fosse grande, respondeu " Quero casar, ter a minha mulher e os meus filhos"!
As crianças não são todas iguais, por isso, se umas sabem qual a sua inclinação sexual desde muito cedo, outras podem não o saber e, até, andarem enganadas como eu andei porque até aos 21 anos estava convencida que era heterossexual e não sou.
Por isso, não vejo qualquer problema que uma criança, nos tempos que correm, perceba que é homossexual ou “diferente” desde cedo e os pais, muito mais informados que outrora, falem com o seu filho sobre isso e, que, por via dessa comunicação consintam em os acompanhar a uma parada de gente como eles que luta pelo fim à discriminação e violência da minoria a que pertencem.
Repito que o bom senso deve sempre imperar em assuntos que se relacionem com as crianças, o seu espaço, desenvolvimento e maturidade.
Garamond
Excelente o teu comentário em que parte é feito na primeira pessoa.
"A exposição à temática sexual, começa nas revistas, na televisão, no pátio do colégio..."
É isso que defendo.
Para quem percebe muito pouco de coisa nenhuma, levantas questões muito interessantes, imagino se percebesses! ;)
Beijo
Vim espreitar, mas apeteceu-me elogiar um blog que cumpre uma função para a qual eles foram pensar, estimular o debate de ideias.
O tema é polémico, como se quer para uma discussão acesa. A minha opinião é linear. Os pais devem acompanhar os filhos nas suas escolhas, mergulhar com eles nelas e dar-lhe toda a informação ao seu alcance para que eles as possam assumir com plena consciência. Antes de serem homossexuais, tratam-se de adolescentes que merecem ter pais que os respeitem e os apoiem.
Obrigada pelo espaço de diálogo.
dukita
sabes? estou a pensar no que diria se a minha filha me dissesse que queria ir à parada gay...
ela tem 13 anos.
sendo assim, ha duas circunstâncias diferentes. se ela me disser que quer ir porque quer saber do que se trata, porque concorda com os motivos da manifestação, não tenho qualquer duvida.
se ela me disser que quer ir porque "é gay", isso implicaria uma conversa um bocado diferente: perceber se ela tem noção da sua orientação sexual e porquê porque apesar de tudo, afirmá-lo nessa idade implica uma consciencia sexual maior, como acontece sempre que se pensa diferente da maioria. então,sendo assim, gostaria de entender.gostaria de entender principalmente se é uma irreverência de adolescente se é uma ideia amadurecida, tento quanto isso é possivel aos 13 anos. gostaria também de a preparar para tudo o que pode resultar dessa decisão e de lhe dizer que ía ser dificil. gostaria de lhe dizer que gosto dela e que isso nunca vai mudar. gostaria de lhe dizer que o mais importante é ter orgulho nela mesma, na pessoa que é e na honestidade que conseguir pôr na sua relação consigo e com os outros e que para isso não precisa da paradas gay para nada porque se se fizer respeitar, os outros acabam por respeitá-la. finalmente, gostaria de lhe dizer que se a sua felicidade é por aí, e se sente necessidade de o afirmar publicamente, eu estarei lá para o que der e vier.
e pronto, é assim que eu imagino que seria sem ter passado pela situação. imagino tambem que as motivações de cada adolescente podem ser variadas e imprevisíveis, ou não fossem adolescentes. neste assunto é impossivel generalizar.
um beijo
Cristina
"...gostaria também de a preparar para tudo o que pode resultar dessa decisão e de lhe dizer que ía ser dificil."
O problema, Cristina, é que a orientação sexual não é uma decisão nossa. Se fosse, garanto-te que me tinha mantido como julguei que era até aos 21 anos, ou seja, heterossexual. Era tão mais simples. Claro que já considero uma decisão nossa escondermos a nossa orientação sexual diferente da da maioria e vivermos como se fossemos heterossexuais. Só que, essa decisão tem, em minha opinião, um preço demasiado alto para nós e para os outros. Diria mesmo muito mais alto do que a nossa decisão em vivermos de acordo com o que sentimos e somos, apesar dos homofóbicos que ainda pululam pelo mundo.
Quanto às conversas que terias com a tua filha, numa situação destas, agirias com o bom senso que sei que tens e que vou retirando de ti pela forma como escreves.
Talvez também seja por isso que me recuso a pensar que todos os progenitores holandeses que acompanharam os filhos à parada gay, sejam pessoas falhas de senso.
Beijo e boa semana
a decisão é a de assumir, claro.
boas férias miuda!
beijinho
S
Obrigada pela visita e pelo comentário.
isso das idades é relativo. já vi miudos de 11 anos muito mais conscientes de si próprios e do mundo do q outros de 16.
enfim, partindo do principio q sao criancas espertas, informadas e conscientes (isso mesmo) E q queiram participar, acho q se deve deixar desde q nao entre em conflito aberto com opinioes enraizadas dos pais.
Ou seja, se os pais acham q pode e ele quer, ok. Se os pais acham q ele nao pode e ele quer, ko. Se ele nao quer, nao se obriga, ponto final.
O "choque" a esta noticia só demonstra a pouca aceitação que há À existência de pais homosexuais. É "grave" expor uma criança de 11 anos a uma gay parade? Se ela nunca tiver tido contacto com a homossexualidade, talvez seja brusco. Mas também nao me parece razoavel que uma criança de 11 anos (quanto mais uma de 16!) não saiba o que é a homossexualidade e que ela existe, nem que seja pela TV. Mas e se os pais (ou um deles) for homossexual? Então essa manifestação será tão normal quanto um filho acompanhar o pai ou a mãe a uma manifestação politica, por exemplo.
Acho que a orientação sexual não é "influenciavel", ou há atracção pelo mesmo sexo ou não, ponto final.
E, ainda por cima, se a iniciativa for da criança, porque não? Não é função dos pais acompanhar, apoiar e informar?
Não estou a defender que se ande para ai a dizer "sou homossexual" até porque nao se fazem manifestações a dizer "sou heterossexual", mas ao menos mostra-se ao mundo que a informação não morde e que a tolerância fica bema toda a gente.
Desculpe DUCA de ter entrado assim em seu blog sem sequer pedir licença....Acho impresssionante como há ainda mts pessoas em Portugal demasiado púdicas com as questões GLBT, no entanto quando é preciso agir noutros campos onde a maldade e o crime são bem gritantes simplesmente assobiam para o lado e nem se dignam indignar-se...enfim, é o reflexo da sociedade profundamente atrasada que temos...Eu ainda não andava na escola primaria (deveria por isso ter aí uns 5 anos) quando me senti atraída por mulheres...houve depois uma fase em que não pensava nisso, mas quando tinha 11 anos voltei de novo a apaixonar-me irremediavelmente por elas...se eu vivesse na Holanda de certeza que iria a esse Pride...não estava a fazer mal algum...por isso entendo mt bem esses jovens que quiseram ir e levaram também os pais.
Black Bird
li e li e li ...
sabem o que vos digo?
lembrei-me de uma frase do livro que reli neste verão: "no amor não existem regras o coração decide e o que ele decidir é o que vale"
in "à beira do rio piedra eu sentei e chorei" de paulo coelho. uma história de amor...
especialmente para a duca claro
bj
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