domingo, outubro 01, 2006

Lesboa Party - Análise de uma festa.

Estive no Lesboa Party desde as 00h30 até às 05h00 e antes de passar a mais considerandos quero aplaudir esta iniciativa que espero ver repetida, mas com melhorias, por favor!
O espaço era amplo, com uma varanda espectacular onde se podia usufruir de momentos frescos e de animada conversa, porque, o São Pedro não nos mandou chuva.
O bar em ilha era razoável, mas a organização pecou por meter lá gente que, ou não fazia ideia do que é serviço ou então resolveu fazer a vida negra ao pessoal que lá estava. O(A)s pretenso(a)s "barmans" e "barmaids" estavam bêbado(a)s ou drogado(a)s porque inventaram que só podiam atender as pessoas ao meio de cada bancada e como não havia qualquer aviso a informar, quem tivesse a pouca sorte de se chegar um pouco desviado do centro, esperava mais de meia hora. Abriam garrafas atirando com as caricas para o ar, uma delas veio bater-me na testa, magoando-me. A higiene era escassa porque resolviam atirar com água para as caras suadas e depois deixavam os pingos escorrer para dentro das bebidas que preparavam e entregavam às pessoas, nhec, um nojo! A verdade é que durante aquelas horas só consumi duas bebidas (quando o normal é consumir quatro) porque de cada vez que tinha sede aguentava-a só de me lembrar que iria passar pelo filme de terror novamente.
A música era repetitiva, mais do mesmo, chata, cansativa e doentia (house e techno a mais) dirigida apenas ao pessoal mais jovem que nem era maioritário, pois que se encontravam na festa pessoas nas faixas etárias entre os 20 e os 50 anos.
Para fugir ao som demasiado martelado e que pouco apelava à dança, a maioria das pessoas refugiava-se na varanda, espaçosa e agradável, preferindo circular e conversar, prova de que a música não agradava.
No entanto, às 04h00, vieram uns seguranças dizer que a varanda ia fechar, ou seja, a única coisa que continuava a manter as pessoas na festa foi incompreensivelmente vedada. Enfim, coisas à portuguesa!
Claro que, por volta das 04h30, a festa perdeu uma enorme quantidade de gente que pura e simplesmente desapareceu como que por magia.
A organização perdeu dinheiro devido a uma data de erros que se acumularam, péssimo serviço de bar, música doentia e repetitiva e fecho da varanda demasiado cedo. Não há dúvida que a ideia que existe em alguns países de que os portugueses não têm jeito para o negócio é uma realidade.
Às 05h00, sedenta, com os ouvidos doridos e bastante desiludida, eu e o meu grupo bazámos. Foi pena!

9 comentários:

Duca disse...

aeon

Em termos de música para festas e para dançar, há vida para além do house e dos remixes do Boney M (credo)!
Eu sabia que o som seria house (li o blog) mas isso não significa que não me permita fazer uma crítica para que da próxima melhorem.
Quando pela primeira vez se organiza um evento destes, convém apontarmos o dedo ao que não gostámos, pois se assim não fosse ninguém evoluía. Também pelo facto de ser um evento pioneiro em Portugal, não me impede de exigir qualidade.
Agradeço o seu comentário.

Duca disse...

E ainda, aeon, em lado nenhum do texto digo que a música era decadente!

Duca disse...

aeon

Não precisa pedir desculpas!

Para quem gosta de house não duvido que a selecção fosse boa, até porque a Tânia Pascoal é uma DJ com provas dadas.
Confesso que não gosto de house e é certo que muito mais gente que se encontrava na festa também não gosta. Poderá dizer-me que gostos não se discutem e terá toda a razão. No entanto, num futuro, para um evento desta envergadura (1500 pessoas para um começo é muito people) poderá haver o cuidado de, sem descurar o house, poderem ter outro DJ que posse outros géneros musicais (os Boney M por mim dispenso). Em Londres, Paris e Nova York e mesmo em Lisboa, é bastante comum a utilização de mais de um DJ em festas, exactamente para se tentar agradar ao maior número possível de pessoas.

Duca disse...

ondaazul

O mais estranho é que a organização diz no blog que "contratou o serviço especializado da Cocktail Academy por forma a garantir o profissionalismo, a qualidade e um atendimento de excelência na zona de bar." Deus nos livre de profissionais destes!
Agradeço o seu comentário.

LiveJustNotSurvive disse...

Bom, tenho 21anos, e sei que n sou propriamente uma leiga no que diz respeito ao estilo de musica passado nas discotecas. Frequento tanto discos hetero como gays. A música passada na festa, independentemente de ser boa ou má, tornou-se de facto cansativa,e mais,espero que antes de apropriarem um estilo de musica a uma festa gay,limem antes arestas prioritárias.É o chamado passo maior que a perna ou qualquer coisa do genero.Ou seja a faixa etária era variada,na minha opiniao,centrada mais nos 30/40, pessoas gays nesta faixa etária n é propriamente fã de house,ou um house exaustivo.E mais,penso que não se tem que gostar da festa só pq era uma iniciativa gay,ou seja,exigência e profissionalismo devia estar intrinseco em cada um, sejamos homo/bi/hetero.Aquilo que sinto é que, os eventos gays são sempre pouco profissionais, e ainda não entendi porquê.Portanto, julgo que discutir,se a música era boa ou má,se a idade é 40 ou 21, se a festa era house ou nao, é discutir-se o sexo dos anjos.
Beijo

ic disse...

Pois, eu não tenho 40, mas estou prestes a ser carimbada com esse número redondo porque não consigo parar o tempo. Realmente, a música foi o que foi, e espero algo mais audível para a próxima festa.
Do bar, e seus ocupantes, evito falar, porque não conseguiria qualificar o que se passava ali, tendo mesmo chegado ao ponto de ter pena da organização que se fartou de perder dinheiro.
Mas, confesso que gostei, de constatar no local, a quantidade de pessoas que a festa atraio, e saber, que uma próxima festa ainda poderá ser maior, pois muitas pessoas que conheço não apareceram.
Assim, que se lixe, os defeitos, porque estes só podem ser emendados e vamos aguardar a próxima.

Duca disse...

livejustnotsurvive

Ora nem mais, linda. O facto de não estarmos habituados a festas GLS não significa que exijamos menos qualidade, aliás, disse isso mesmo no fórum PussyCat Blue de que sou membro, no dia imediatamente a seguir à Lesboa. Temos que ser exigentes para termos festas feitas por profissionais e não por amadores, apesar de admirar o esforço destes.

Beijo

Duca disse...

ic

De certo modo concordo, apesar de que só apontando os defeitos podemos chamar a atenção para que se vá melhorando. E parece que há uma grande quantidade de gente a apontar defeitos relativamente ao bar, à música e à iluminação.

Façamos figas para a próxima!

portugalgay disse...

Bem... pelo que leio parece que a festa está muito longe de ser a "maior festa LGBTH de Portugal"... no Porto, a festa Porto Pride teve sempre pelo menos 6 barmans de serviço non-stop das 23:00 às 8:00 e mesmo assim não deram para as encomendas...