
Não costumo comemorar o dia internacional da mulher. Preferiria que ele não existisse porque isso quereria dizer que não haviam desigualdades entre géneros.
Contudo, como hoje faz 100 anos que se comemora o dia internacional da mulher, quero assinalar a data para lembrar como a Humanidade é lenta, muito lenta. Caramba, já lá vão 100 anos de lutas e, em muitos países, as mulheres continuam a ser tratadas como objectos e noutros, como o nosso, as desigualdades, por exemplo, salariais, ainda são uma realidade e a violência doméstica exercida sobre as mulheres, tendo muitas vezes como resultado o assassinato, outra.
Mas, a este estado de coisas, não são alheias as próprias mulheres!
De facto, a vida vai correndo e nós, mulheres, não percebemos como os outros criam expectativas relativamente a nós e, como nós próprias, caímos na esparrela de as tornamos nossas!
Temos de ser bonitas, sexys, perfeitas, amorosas, compreensivas, amantes carinhosas e muito sensuais, boas esposas, excelentes donas de casa, inteligentes, cultas, bem sucedidas na profissão, mães dedicadas que superam todos os desafios e, tudo isto, mesmo quando estamos esgotadas de cansaço!
O que eu desejo a todas as mulheres, é que se aceitem como são, com todas as suas imperfeições e limitações mas, também, com todas as suas qualidades e pontencialidades, tendo sempre presente que não são super mulheres – apesar de que às vezes andam lá perto – e, portanto, que têm todo o direito a fazerem o que vos der na real gana, inclusive, comer a caixa inteira de bombons de chocolate sem partilhar com ninguém e sem qualquer culpa, vestir o pijama e calçar os chinelos quando chegam a casa, arrumar o estojo de maquilhagem na prateleira de cima do armário da casa de banho, encomendar pizza para a família, mandar o marido tratar das crianças para ele ficar bem cansado e não vos chatear com ataques de libido ou, caso as crianças já estejam a tratar das suas vidinhas, atirar para o lixo a caixa de viagra dele, entre outras coisas.
A única coisa a que devem sentir-se obrigadas é a apaixonarem-se por vós próprias e a serem felizes!