quarta-feira, setembro 30, 2009

Impeachment?


Sobre a questão das escutas ao Presidente da República que têm enchido os jornais portugueses nos últimos tempos e, a propósito da declaração de ontem ao País por parte daquele sobre o assunto, só posso dizer que não queria estar na pele do PR!

Ser Presidente da República é muito complicado e, mais complicado deve ser, quando o mesmo é filiado - tendo até sido primeiro ministro em duas ocasiões com igual número de maiorias absolutas - no partido que é o segundo mais votado o que faz com que seja o principal partido adversário do partido do Governo.

Eu, sinceramente andava a estranhar que ainda não tivesse existido um "caldinho" entre o PR e o partido do Governo, mas pelos vistos ele já andava a ser cozinhado há um tempo.

Mas eu explico porque razão eu não gostaria de estar na pele do PR.

Se o PR tivesse falado há uns meses atrás, seria acusado de ser um elemento desestabilizador que não permitia que a maioria absoluta PS governasse a seu belo prazer. Se o PR tivesse falado durante esta campanha eleitoral, seria acusado de estar a ultrapassar as suas funções apoiando o seu partido, o PSD. Como falou agora, é criticado por toda a gente porque deveria ter falado antes!

Agora, há um tremendo imbróglio porque as relações entre o PR e o partido do próximo Governo - que vai ter como primeiro ministro, novamente, José Sócrates - azedaram mesmo.

Não estará à vista um impecheament? Só que, normalmente, este parte do Parlamento nos sistemas parlamentaristas e do Congresso nos sistemas presidencialistas. E, já agora, contra quem?

Como Portugal é um país sui generis, talvez a coisa não dê muito mais burburinho do que o que está a dar. Será? Ou será que desta vez talvez se estejam a aproximar tempos mesmo muito complicados para o País?

segunda-feira, setembro 28, 2009

Eleições - Saindo da Matrix II


Ontem, depois de se conhecerem os resultados destas eleições, mais uma vez, muitos daqueles e daquelas que votaram pelo partido que ganhou – não com uma vitória extraordinária que só existiu na cabeça de Sócrates depois de ter perdido a maioria absoluta – vieram para a rua com bandeirinhas do partido, palavras de ordem e olhos postos no líder.
Eu, sentada no meu sofá namorando a minha amada através da net – depois de me ter deslocado uns bons quilómetros “para exercer o meu direito de voto” (uma frase que tem tanto de bonita como de banal) através de um nulo – vou olhando para a televisão observando aqueles olhares e sorrisos de alegria aparvalhada, os braços no ar, o agito das bandeirinhas e não consigo deixar de pensar na facilidade com que se manipula o povo que, como animais amestrados, seguem o líder na esperança de terem uma vida melhor, sem se aperceberam que se não fizerem por si, ninguém o fará!
O sentimento que me assola o coração não é um sentimento egóico do tipo “a esperta sou eu porque já não alinho em sistemas políticos e menos ainda em lideranças”. É um sentimento de profunda pena e compaixão. Pena, porque, tal como há milhares de anos, o povo continua a ser desrespeitado e manipulado pela classe que detém o poder. Compaixão, porque, apesar disso, o povo continua a acreditar que a solução dos seus problemas está num sistema, governo ou líder.
Acreditam que as soluções vêm de fora. Rejeitam olhar para dentro de si e, aí, encontrar as habilidades que lhes são inerentes de modo a descobrirem as soluções. Rejeitam a soberania e a responsabilização individuais mas aceitam cegamente a soberania do Estado, do Governo, do Líder para os responsabilizar caso vejam defraudadas as suas expectativas.
Continuam sem perceber que desde que nasceram foram programados para se anular e subestimar as suas potencialidades e habilidades a ponto de terem uma tal baixa estima que não conseguem ver outra saída senão a busca das soluções para os problemas que surgem, num sistema e/ou líder.
Depois é vê-los seguindo, uma vida inteira, uma determinada solução – que não é a sua e sim a que adoptaram dos seus progenitores, familiares e/ou educadores – sem se atreverem a criticá-la porque convencidos que defendem a melhor de todas. Aliás, vivem tão convencidos de serem os mais espertos que acham que os que defendem outros sistemas e/ou líderes são uma cambada de burros!
Quanta arrogância, quanta cegueira, quanta surdez!
A mim, resta-me o sentimento de compaixão mas também o da alegria. A alegria da certeza de que um dia todos e todas perceberão quem verdadeiramente são, a dimensão e magnificência do seu poder individual e de como exercê-lo.

sexta-feira, setembro 18, 2009

Voto Nulo - Saindo da Matrix


Já não aguento a campanha eleitoral!
A demagogia do PS, do PSD, do BE, do PCP e do CDS – dos restantes praticamente não há notícia – mete-me tanto nojo que já nem consigo ter a televisão ligada!
A verborreia, as operações de cosmética e os ataques são tantos e de tal baixeza que me pergunto como essa gente não tem um pouco de vergonha!
No próximo dia 27 de Setembro vou mais uma vez votar nulo como, aliás, tenho feito nos últimos anos.
Não, não vou utilizar o boletim de voto para insultos ou para fazer bonecos, vou apenas colocar um X tal como o que está na imagem.
A cada dia que passa mais me aproximo do “Hay govierno, soy contra!” que é o mesmo que dizer que estou mais e mais perto disto.
De facto como posso aceitar, de acordo com Joseph Proudhon "(...) ser zelado, inspecionado, doutrinado, aconselhado, controlado, assediado, pesado, censurado e ordenado por homens que não têm direito, nem conhecimento ou valor para tanto. (...)"?
Então, perguntar-me-ão, porque me dou ao trabalho de mexer o traseiro para ir votar no dia 27 de Setembro, ainda por cima nulo? Eu respondo:
1- Sendo cada vez mais contra qualquer espécie de governo, só me dou ao trabalho de ir às urnas votar por respeito e consideração por todos aqueles e aquelas que lutaram e morreram – numa época em que todos acreditavam que precisávamos de Governo – por esse direito.
2- O voto é nulo pelos motivos já referidos e não é em branco por pura desconfiança relativamente a tudo o que rodeia as eleições.
Pelos vistos, há já uns bons anos que venho saindo da matrix, mesmo que antes não tivesse essa consciência – pelo menos nesta terceira dimensão diga-se –.

quarta-feira, setembro 09, 2009

09.09.09 ...


... fase final da mudança e do processo de reestruturação do velho para o novo.
Sem dúvida que este é um momento maravilhoso. Gratidão!





Não deixam a miúda em paz!


A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) submeteu a sul-africana Caster Semenya a testes para comprovar a sua feminilidade. Tudo isto porque ela terminou a prova de 800 m, nos últimos campeonatos do mundo, com uma vantagem de dois segundos sobre a segunda classificada, a queniana Janeth Jepkosqei Busienei, e foi quatro segundos mais rápida do que a melhor marca do ano.

Por este raciocínio, concluo que o jamaicano Usain Bolt que no mesmo campeonato do mundo fez nos 100m o tempo de 9,58s, nos 200m 19,19s e nos 4x100m é decisivo para a vitória do seu país, é um Alien!

Mas não é assim, pois não? Estas questões só se colocam quando se passam com mulheres! Aceitam-se no desporto super-homens mas não super-mulheres!

Os senhores da IAAF estão com medo de quê? De que um dia as mulheres possam vir a ter, nas várias áreas do desporto, tempos tão bons – ou, quiçá, melhores – que os dos homens?

É isso, não é? Seus medricas!