quinta-feira, junho 28, 2007

Amanhã e no fim de semana vou estar ...

... aqui!



Na cidade que desde ontem e até domingo é a mais LGBT da Europa. Madrid.

E tudo por causa disto.

Eu sei que na segunda feira venho arrasada, mas quero lá saber!

terça-feira, junho 26, 2007

Strip Tease III - Excitação aleatória? Erotismo?

Blond Odalisque (L'Odalisque Blonde) de François Boucher


Nos comentários a este post a Cosmopolita colocou uma questão que julgo ser merecedora de um tópico e, consequentemente, de debate de opiniões. Assim, transcrevo o que ela disse e a seguir dou a minha opinião.

“Desculpem interromper a discussão, mas queria fazer só uma pergunta às mulheres que leram este post e pôr a debate essa questão.Li há muitos anos um livro do sociólogo, jornalista e professor Francesco Alberoni que se chama "O erotismo" e em que se fazia a análise do erotismo do homem comparando-o com o da mulher.Revi-me bastante no erotismo que ele associa à mulher. As raparigas, pelo menos as da minha idade, na adolescência são estimuladas pelos romances cor de rosa, os rapazes pela a playboy.Por isso fico perplexa com o facto de, actualmente, a mulher verbalizar o seu erotismo e expressá-lo em atitudes que sempre me pareceram bastante básicas e masculinas.Não que não goste de um bom streap tease, devo dizer-vos que das centenas que já vi, houve poucas pessoas que o soubessem fazer de forma artística, fossem eles travestis ou mulheres, um artístico, sensual e estético strep tease.Sempre achei que seria mais interessante, vejam lá vocês, porque mais íntimo, ver uma mulher a vestir-se com arte do que a despir-se! :)Mas a questão que ponho aqui à vossa discussão é a seguinte: vocês ficam excitadas por verem uma mulher que não vos é nada a despir-se? Babam-se por ela? Primariamente como os homens?Se sim, devo dizer que vos invejo, porque para que eu sinta alguma coisa quando uma mulher se despe, é preciso mesmo que eu goste muito dela de alguma maneira. Não consigo sentir nenhuma excitação de forma aleatória por nenhuma anónima num show de streap tease público. Com ou sem celulites. Podem levantar-se "paus", mas não sensibilidades, na minha óptica.”



A primeira vez que vi um strip tease, foi em Paris quando tinha 21 anos e achei um espectáculo maravilhoso.

A arte com que a stripper se despia era de uma beleza extraordinária. Lembro-me de ter pensado "mas como consegue ela fazer algo tão corriqueiro como tirar a roupa, com tamanho talento e sensualidade?"

Essa mesma stripper acabava o seu número vestindo-se com a mesma arte, sensualidade e beleza com que anteriormente se tinha despido. Por mais anos que passem, nunca mais me esqueci desse strip tease embora já tenha assistido a muitos outros.

Nunca me senti excitada com um show deste género feito por uma profissional, mas não lhe fico indiferente se ela, com arte e sensualidade, se souber despir.

Sendo o strip tease a arte de despir de roupagens o próprio corpo e, dado admirar a beleza feminina, prefiro vê-lo feito por uma mulher do que por um homem. Contudo, não é o facto de ter preferência sexual por mulheres que me faz sentir sexualmente excitada e muito menos babar com uma stripper por mais bela que ela seja.

segunda-feira, junho 25, 2007

Tempus de Grelos


A Angell nomeou no seu blogue Imagine Me And You... Forever o Tempus Blogandi como um dos seus cinco blogues favoritos. A ideia é da Marta F. que com o Blogue Com Grelos, pretende premiar blogues femininos.

Agradeço à Angell esta primeira nomeação que o Tempus Blogandi recebe dando-me o mote para deixar aqui as minhas nomeações que vão para os seguintes blogues:

Azinhaga da Cidade
Contra Capa
De veludo e Sangue
Ela
Uva na Vulva

Visitem-nos que não se arrependerão.

Há mais blogues femininos que me caíram no goto, mas só posso nomear cinco. Um destes dias abro um post com os links de outros blogues de que gosto muito.


quarta-feira, junho 20, 2007

Strip Tease II

Eu e a Citadina recebemos por email dois vídeos de uma amiga comum com a seguinte pergunta: "Será que tenho de abrir um blog para publicar isto?"
Minha querida, a abertura de um blog não seria má ideia, mas sabendo como és uma mulher "ocupada", publico um dos vídeos e a Citadina publicará o outro ainda hoje no Azinhaga da Cidade, portanto, quase em simultâneo.
Assim, aqui fica a Mylène Farmer que faz 46 anos a 12 de Setembro, num belo strip tease enquanto canta "L'Amour N'est Rien". E depois, não digam que os figos maduros não são os melhores.
Deliciem-se!



L'amour n'est rien

Obsédée du pire
Et pas très prolixe
Mes moindres soupirs
Se métaphysiquent...
J'ai dans mon ciel
Des tonnes de célestes
M'accroche aux ailes...
Et tombe l'ange Gabriel!

Obsédée du pire
Un peu trop physique...
L'envie de frémir
Est pharaonique !
...Fi de l'ascèse !
Ma vie s'enténèbre
Moi sans la langue
Sans sexe je m'exsangue !

L'amour, c'est rien !
Quand c'est politiquement correct
On s'aime bien
On n' sait même pas quand on se blesse
L'amour c'est rien
Quand tout est sexuellement correct
On s'ennuie bien
On crie avant pour qu' ça s'arrête
La vie n'est rien...
Quand elle est tiède !
Elle se consume et vous bascule
Le sang en cendres de cigarette
La vie est bien...
Elle est de miel !
Quand elle s'acide de dynamite
Qui m'aime me suive!

Obsédée du pire
Et pas très prolixe
Mes moindres soupirs
Se métaphysiquent...
J'ai dans la tête
Des tonnes de pirouettes
Le saut de l'ange
N'a pour moi rien d'étrange

Obsédée du pire
Et pas très prolixe
Partager mes rires
Plutôt plutoniques
J'ai dans ma sphère
Un effet de serre
Mon sang bouillonne
Je bous de tout, en somme

segunda-feira, junho 18, 2007

Strip tease, Rubens e conversa da treta



Stripper (desenho de autor desconhecido)





The Three Graces (Rubens)


No passado Sábado, a minha querida amiga Citadina fez 35 aninhos e resolveu fazer uma festa de arromba. Pelas 21h00, encontravam-se no restaurante cerca de 30 pessoas para a mimarem.

Depois do jantar, que decorreu animadíssimo, alguns dos convivas rumaram até à discoteca Maria Lisboa que de dia para dia se vai tornando num local de diversão obrigatório da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros) lisboeta, com uma predominância feminina que ronda os 80%. De registar que a discoteca é completamente hetero-friendly.

O espaço é amplo, bonito, moderno, com música desde os anos 80 e que põe a grande maioria das pessoas a dançar. Há também vários tipos de shows ao vivo, com especial destaque para o strip tease feminino que deixa as meninas presentes muito felizes, pois claro!

Pelas 02h00, um colaborador da discoteca começou a fixar o varão metálico do estrado em formato quadrangular que se encontrava no centro da pista de dança. O strip iria começar dentro de minutos e as pessoas começaram a aproximar-se do estrado procurando o melhor local para visionar o show.

A stripper entrou trajando tailleur, chapéu e sapatos altos. Nunca lhe pude ver o rosto pois a moça mostrou-se sempre de costas a quem estava no local onde me encontrava. À primeira vista, dava para perceber que possuía um belo par de pernas que a saia curta deixava adivinhar.

Ao meu lado, uma mulher de uns trinta e poucos ou muitos anos (a iluminação não permitia ver bem) de aspecto que seria vulgar se não fossem os seus belos olhos verdes, mete conversa comigo.

Olhos verdes - É pena que seja um gajo, não acha?

Eu - Um gajo? (estás ceguinha, filha? Os teus olhos não são verdes são é cegos!) Não! Se fosse um gajo, garanto-lhe que eu não estava aqui e sim sentada lá ao fundo.

Olhos verdes - Porquê? Não gosta de travecas?

Eu - De travecas não gosto, mas aprecio alguns shows de travesti desde que feitos com classe e arte. Infelizmente são cada vez mais raros em Portugal.

Olhos verdes - Pois olhe que me parece um gajo...

Eu - Olhe que está enganada. (pobrezinha, já estás como hás-de ir!) Nenhum gajo, por mais operado que seja, consegue ter aquele par de pernas, quadris e cintura. Vai uma aposta?

Olhos verdes – Hum ... É melhor não. (momento único de lampejo cerebral no meio de tanto álcool)

Entretanto, a stripper despiu o casaco e a saia ficando em lingerie.

Olhos verdes – Ah, tem razão, é uma mulher mesmo e tem um pouco de celulite. Que pena!

Eu – E então?! Não sabe que uma mulher sem celulite é como um jardim sem flores?

Olhos verdes – Mas numa mulher tão jovem não se admite, ainda por cima stripper!

Eu – Não se admite?! O facto de ser jovem e de ter pretensões a stripper (dava para perceber que a moça tinha jeito mas não era profissional) não a faz ser menos mulher. A celulite num homem é que é inadmissível. Numa mulher é perfeitamente normal.

Olhos verdes – Mas nos padrões actuais de beleza feminina, a celulite é proibida.

Eu – Os padrões de beleza somos nós, mulheres, que os criamos e é sobejamente conhecida a enorme tendência que temos para complicarmos a nossa vidinha. Sim, porque as mulheres sempre tiveram celulite e foi só, desde que apareceu aquela magrizela pavorosa da Twiggy, que resolvemos combater algo que nos é natural. Daí à anorexia foi um passo. Se o Rubens fizesse uma viagem no tempo, dava-lhe uma coisinha má. Tadinho!

Olhos verdes – O quem?!

Eu – O Rubens.

Olhos verdes – Hein?!

Eu – Esqueça ...

Olhas verdes – Estou a ver que prefere as mulheres de formas cheias...

Eu – Hum ... (olha-me esta, o que tens a ver com isso? Formas generosas, não cheias. Até parece que se sopram. Bah!) nem por isso. As minhas preferências vão para mulheres inteligentes independentemente das suas formas.

Olhos verdes – Ah, as intelectuais ... estou a ver.

Eu(Não tás a ver coisa nenhuma ... mas adiante ...) Por aí ... (o raio do show não acaba para me livrar da senhora inspectora ...)

A stripper terminou a actuação para grande alívio meu que me preparava para rodar nos calcanhares e pirar-me para junto das amigas.

Olhos verdes – E prefere as intelectuais morenas, loiras ou ruivas?

Eu(E se deixasses de me chatear a molécula?) Multi-étnicas ... tenho de ir, desculpe.

Olhos verdes – Hã?! ... ok ... tchau ...

Eu – Ufa!

quinta-feira, junho 14, 2007

O amor exige expressão!

Acabei de ler um pequeno livro da escritora brasileira Cintia Moscovich com o título Duas Iguais editado em Portugal pela Bico de Pena em 2006.

A história, apesar de um pouco depressiva, é interessante, lê-se bem e está muito bem escrita.


Foto de Igor Amelkovich



O livro conta uma história de amor entre duas adolescentes e começa com uma frase da autoria de Jeanette Winterson que considero brilhante: "O amor exige expressão. Ele não pode permanecer quieto, não pode permanecer calado, ser bom e modesto; não pode, jamais, ser visto sem ser ouvido. O amor, deve ecoar em bocas de prece, deve ser a nota mais alta, aquela que estilhaça o cristal e derrama todos os líquidos."



O amor não pode ser bem comportado.




Como dizem os médicos franceses desde o século XIX: “dans la médecine comme dans l’amour, ni jamais, ni toujour!”


Viver o amor com uma expressão como a de Leila Míccolis no seu

Poema ao mais recente amor

Estar entre teus pêlos e dedos,
entre tua densidade,
neste transpirar sob medida
aos teus gemidos.
Estar entre teus trópicos,
entre o teu desejo e o meu prazer;
beber parte de teus líquens e teus rios
percorrendo-te da foz até a origem,
e pura a cada amor partir mais virgem.

quarta-feira, junho 06, 2007

Vovó Blogueira


Maria Amelia López Soliño, espanhola, de 95 anos, considerada a primeira blogueira de mais idade da Internet.
Maria Amelia recebeu de um neto como presente pelos seus 95 anos, o blog "A mis 95 años" tornando-se bastante produtiva pois, em pouco mais de dois meses, já tinha mais de cem posts publicados com grande participação por parte de leitores de várias partes do mundo.
"Navegar pela Internet para uma senhora da minha idade é um sonho, e nunca pensei que ia causar tanta notícia. Imaginei que algumas pessoas me fossem responder, mas tenho leitores de muitos países e todos me incentivam a continuar e me desejam longos anos de vida. Não sou uma mulher interessante, mas parece que agradei", diz ela numa das entradas no blog.
Esta "vovó da internet" como é conhecida, tem algumas dificuldades decorrentes da sua idade como, por exemplo, a vista porque precisa estar muito perto do teclado para ver com clareza as teclas. Na tela, é mais fácil: basta tornar maior o tamanho das letras.
Com a ajuda do neto, Daniel, lá vai mantendo o seu blog vivo.
Deixo aqui a minha singela homenagem a esta Senhora. Se chegar à sua idade, gostava de ter a força, a vontade e as ganas de viver que ela tem.
Um exemplo para todos nós.