segunda-feira, abril 30, 2007

A um clic do CAMINHO


Porque gosto da simbiose entre imagens e palavras, venho chamar-vos a atenção para um blog muito recente de nome O Caminho Fica Longe com imagens e textos da sua autora, S.L. Ora, dêem lá um salto que os vossos olhos e alma agradecer-vos-ão.

domingo, abril 29, 2007

Lesboa Party - 4ª Edição




A 4ª edição da Lesboa Party, festa organizada pela Entre Vírgulas em Lisboa de 3 em 3 meses, mais ou menos, e dirigida à comunidade LGBT, apesar de hetero-friendly, é já no próximo sábado, dia 05 de Maio, em local diferente do das duas últimas, pois desta vez será nas docas de Alcântara no armazém C2 que no mapa está assinalado pela letra A. A abertura de portas será às 23h30 como é usual.

Nesta 4ª edição, teremos como convidada especial, a cantora e compositora Elizabeth Ziff (aka EZGIRL) da banda Betty. A banda Betty tornou-se mundialmente conhecida através da série The L Word.

Aqui está um bom motivo para que o sucesso desta 4ª edição seja ainda maior que o das anteriores.

Eu, como sempre, lá estarei.

Para mais informações, cliquem aqui.

segunda-feira, abril 23, 2007

O melhor sexo está entre as orelhas!


A falta de inspiração, por vezes, é aconselhável porque nos faz encontrar, noutros locais, coisas excelentes que devemos partilhar. Eu, pelo menos, defendo isso.

Portanto, neste intervalo em que a minha inspiração resolveu meter férias, vou deixar aqui algo produzido pela minha queridíssima amiga Butch F, responsável pelo blog brasileiro erótico-lésbico Uva Na Vulva, uma das mulheres mais inteligentes, cultas e de bom gosto que conheço. Confesso-vos que muito tenho aprendido neste blog, cujos textos, dentro do género, são de enorme qualidade e excelência. Portanto, é meu privilégio apresentar este vídeo de extrema delicadeza e bom gosto ao nível da imagem e do som mas, acima de tudo, com palavras de grande sabedoria que nos fazem pensar sobre a nossa postura perante a própria sexualidade seja ela, homossexual, heterossexual ou bissexual e, ainda, este clip romântico acompanhado pela belíssima voz de K.D. Lang no tema Sexuality.

Bem hajas, BF!

terça-feira, abril 17, 2007

O preconceito existe, persiste e reinventa-se!

A sociedade portuguesa, entre outras, implementa através de legislação a proibição de comportamentos preconceituosos. A Constituição da República Portuguesa postula o princípio da igualdade, no seu artigo 13º da seguinte forma:

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.


O pleno reconhecimento da igualdade formal perante a lei não tem sido suficiente em Portugal e, como exemplo, os homossexuais não podem casar, apesar do artigo 1577º do Código Civil Português ser claramente inconstitucional, temos a violência de género, a diferenciação salarial, o maior desemprego feminino, a ainda escassa presença das mulheres nos postos de responsabilidade política, social e económica, as dificuldades de reconciliação entre a vida pessoal, laboral e familiar que nos mostram como a igualdade plena, efectiva, entre homens e mulheres, é ainda hoje uma tarefa pendente que apesar dos instrumentos jurídicos de que dispõe, carece de uma imensa acção política.

Mas também não é desta desigualdade real entre os géneros que vos quero falar.

Quero falar-vos de novas formas de preconceito que passam à margem da lei, cujas suas vítimas dificilmente se podem defender porque, de tão veladas, a matéria de prova é quase impossível.

Falo do covering. Já repararam que muitas pessoas não podem apresentar-se vestidas, penteadas ou calçadas de acordo com as suas tradições culturais, raízes ou livre forma de estar e de ser? É um facto! Só para vos dar um exemplo, um jovem com raízes africanas não consegue arranjar emprego, por exemplo, como segurança, se usar um penteado afro pois o que é considerado normal é o cabelo liso e, sendo demasiado encaracolado, deverá ser cortado bem curto.

Este VÍDEO mostra como o covering é uma realidade pois, apesar de ser filmado no Brasil contando-nos a história de jovens brasileiros, pode perfeitamente ser transportado para o que também se passa em Portugal. AQUI poderão ler todo o texto, resultado do estudo sobre o covering do americano Kenji Yoshino.

É caso para dizer, o preconceito existe, persiste e reinventa-se.

quarta-feira, abril 11, 2007

Campari - Red Passion


Aqui está um interessante filme publicitário da Campari.
Já por aqui falei da publicidade e de como, timidamente, vai ilustrando as várias possibilidades de ser da sexualidade humana, apenas comparada a uma nomenclatura de cores e suas infindáveis gradações, cuja melhor representação é, sem dúvida, o arco-íris.

sábado, abril 07, 2007

Figos, Morangos e Primavera!


Este Rodrigo Santoro é mesmo de cair.
Costumo pedir ao S. Pedro para na próxima vida vir, de novo, mulher e lésbica mas, pensando bem, o melhor é pedir para vir mulher e bissexual. As escolhas são muito mais variadas e os horizontes alargam-se.
O moço está a fazer um enorme sucesso em Hollywood e a sua última aparição na tela é no papel de Xerxes, no filme 3oo, onde está irreconhecível, mas igualmente sexy.
Ai Rodrigo, se eu não gostasse tanto de figos, morangos como tu também marchavam! Nesta Primavera estou muito assanhada! Miiiaaaaauuuuuu!

quarta-feira, abril 04, 2007

Umas férias inesquecíveis - Parte VI e última


Continuação...
A proprietária da casa vingou-se de nós pela destruição do molho de alhos. Ao fim e ao cabo demos um términos à protecção que a casa e seus moradores tinham contra vampiros. A partir do terceiro dia nunca mais tivemos direito a toalhas novas e limpeza, para já não falar das camas que tinham de ser feitas por nós. Tivemos que passar a lavar as toalhas porque, quanto à limpeza dos quartos e casas de banho, não estivemos para isso, pois faltavam apenas mais uns dias. Sobrevivemos, mas passámos o tempo todo a responsabilizar P pela gracinha.
Como se tudo isto não bastasse, tivemos de conviver com a Grega, nome posto a uma gatinha rafeira dos telhados, giríssima por sinal, que P ou C, não me recordo, encontraram nas imediações da casa. P e C andavam deliciadas com a Grega e até a queriam trazer para Portugal. Eu e T começámos a ver a nossa vidinha a andar para trás porque, tratar do transporte de um animal desconhecendo os trâmites legais dos dois países, não só nos faria perder tempo como poderia ser complicado. Lá as convencemos a não trazerem a Grega para Portugal.
Na manhã do nosso último dia em Eressos, depois do pequeno almoço na Mariana, fomos até à praia e encontrámos um casal de gregos com um barco a motor. Ele era um homem muitíssimo bonito, com uns olhos verdes de babar e ela era uma mulher vulgar, apesar do corpo atlético. Falámos com o homem que nos disse haverem praias muito lindas e sem ninguém, cujo o acesso só era permitido por barco. Combinou-se o valor a pagar para que nos levasse a uma dessas praias com a promessa de nos ir buscar pelas 20h00.
Como o homem era de cair, fartámo-nos de mandar bocas do género: “Mais uns dias aqui, deixava de ser fufa e ainda engatava este gajo!” É sabido que as mulheres têm um sexto sentido danado e, quando vêm uma fêmea rondar-lhes o macho, ficam logo alerta. Pois o mesmo se passou com a mulher que insistiu em vir no barco connosco não fosse, durante a viagem, uma ou todas daquelas estranhíssimas lésbicas “seriam?” que admiravam o seu homem, decidirem cantar-lhe a buena dicha.
Fomos deixadas numa praia paradisíaca, sem vivalma. Éramos só nós. Foi, talvez, um dos mais belos dias de praia que tive. O dia estava quentíssimo, eu e as amigas felizes, o sol generoso, a praia isolada, o mar com uma temperatura perfeita e de um azul absolutamente desconcertante.
O dia correu preguiçoso e permitimos que o sol nos dourasse a pele por igual já que os fatos de banho ou biquinis nem saíram das mochilas.
Perto das 20h00, vá-se lá saber porquê, começámos a ser atacadas por uns insectos minúsculos que pareciam mosquitos. Os malvados deveriam estar escandalizados com tanta languidez! Vestimo-nos à pressa e ficamos à espera que o grego nos viesse buscar.
Começaram a fluir à minha mente pensamentos como: “E se o homem se esquece de nos vir buscar? Como saímos daqui? Não temos comunicações, não temos barco, a nado não é possível, ai que ainda ficamos aqui a servir de repasto aos insectos!”. Não houve tempo para que estes pensamentos tomassem conta de mim, porque o bonitão dos olhos verdes surgiu ao longe no seu barco, qual herói das histórias de banda desenhada salvador das desprotegidas donzelas.
O regresso decorreu entre gracejos sobre o homem que, apesar de não entender português, percebeu que eram a seu respeito, pois que, lhe bailava nos lábios um sorriso trocista de quem sabe que é possuidor de uma beleza que impressiona as mulheres, gostem elas do que gostarem.
À noite, depois do jantar, demos um salto até à décima musa para exibirmos o bronze e, enfim, nos despedirmos do local que privilegiámos para as nossas noites em Eressos.
Na manhã seguinte, cedo, após pagarmos o molho de alhos à dona da casa (como se ela não nos tivesse feito pagar antes) fomos à esplanada da Mariana, a quem no dia anterior tínhamos pedido para nos deixar tirar-lhe uma foto. O pedido foi recusado com a desculpa de que não estava arranjada. Ora, apanhámos uma agradável surpresa, porque a Mariana apareceu pronta para a fotografia, brindando-nos com o rosto maquilhado, o cabelo arranjado e um sorriso (o primeiro e único que lhe vimos) que a faziam parecer quase bonita.
Saímos de Eressos de táxi para mais hora e meia de enjoativa curva e contracurva, em direcção ao aeroporto de Mitilene.
Apanhámos o voo e na descolagem, que me faz sempre ficar com o coração na barriga, não deixei de dar um último olhar à ilha de Lesbos, onde tinha passado umas interessantes férias com as minhas amigas e despedi-me com um: "Adeus Safo!"
Chegámos a Atenas ainda de manhã e com o dia livre para visitarmos o Partenon. O dia estava uma brasa e munidas de chapéus e águas lá fomos.
Quando chegámos ao berço da civilização ocidental quase me ajoelhei e penitenciei por causa do que P dizia: “com um dia de calor insuportável, vir para um sítio destes só para ver um monte de calhaus!”. Puxa! A insensibilidade daquela criatura era de bradar aos céus! Estar num local daqueles, a ver verdadeiras obras de arte e de arquitectura, com milhares de anos que nos contam a epopeia de uma das maiores e mais fabulosas civilizações do mundo e chamar àquilo “calhaus” era mais do que uma ofensa, era razão para penitência durante muito tempo.
Claro que eu, A, C e T não ligámos a P e fomos visitar tudo o que havia com o fascínio de quem parte à descoberta de um mundo novo.
Ao final da tarde, mortas de calor, fomos para o hotel para um retemperador duche e preparar-nos para ir jantar. O restaurante tinha uma esplanada com uma vista fabulosa sobre Atenas e o Partenon todo iluminado. A comida estava excelente e a fruta era absolutamente fantástica. Na verdade, a fruta na Grécia é saborosíssima.
No dia seguinte, apanhámos o avião que depois da escala em Roma se dirigiu à minha querida Lisboa, a cidade branca.

Agradeço a vossa paciência por me terem “ouvido”.